ATA DA TRIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
02-5-2005.
Aos dois dias do mês de maio de dois mil e cinco,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins
Ely, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Raul Carrion.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino
Besson, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir
Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias das Atas da Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessões Ordinárias e da
Sexta Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pela
Comissão de Saúde e Meio Ambiente, o Pedido de Informações nº 108/05 (Processo
nº 2739/05); pelo Vereador Dr. Goulart, as Indicações nos 036 e
037/05 (Processos nos 2647 e 2648/05, respectivamente); pelo
Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providências nº 941/05 (Processo nº
2826/05); pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Lei do Legislativo nº
124/05 (Processo nº 2662/05); pela Vereadora Manuela d’Ávila, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 129/05 (Processo nº 2716/05); pela Vereadora Maria Celeste, o
Pedido de Informações nº 105/05 (Processo nº 2645/05); pelo Vereador Mario
Fraga, os Pedidos de Providências nos 896, 897 e 898/05 (Processos nos
2755, 2756 e 2757/05, respectivamente); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os
Pedidos de Providências nos 875, 876, 877, 878, 879, 899, 900, 901,
902 e 903/05 (Processos nos 2717, 2718, 2719, 2720, 2721, 2761,
2762, 2763, 2765 e 2766/05, respectivamente) e o Pedido de Informações nº
110/05 (Processo nº 2769/05); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de
Providências nos 890, 891, 892, 893, 894 e 895/05 (Processos nos
2742, 2743, 2744, 2745, 2746 e 2747/05, respectivamente) e o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 019/05 (Processo nº 2603/05). Do EXPEDIENTE,
constaram Ofícios no 10137409, 10137410, 10137411, 10137412 e
10137413/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; 038/05, da
Senhora Andrea Valer, Presidenta do Conselho Municipal de Educação da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Edy Maria Mussoi, Presidenta do
Movimento de Donas de Casa e Consumidores do Rio Grande do Sul, que solicitou o
apoio dos Senhores Vereadores a Projeto de Lei a ser encaminhado à Casa pelo
Poder Executivo, dispondo sobre a instituição e organização do Programa
Municipal de Defesa do Consumidor. Nesse sentido, enfatizou a importância da
conscientização de toda a comunidade, relativamente à necessidade de
fiscalização e denúncia quando do não-cumprimento das normas constantes no Código
de Defesa do Consumidor. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Ervino Besson, Claudio Sebenelo, Mônica Leal, Haroldo de Souza,
Adeli Sell, Professor Garcia, Maurício Dziedricki e Manuela d’Ávila manifestaram-se
acerca do assunto tratado em Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e um
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e trinta e três minutos, constatada a existência de quórum. A
seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Daniel Juckowsky,
Nelson Wedekin e Carlos Ferreira D’Azevedo Neto, respectivamente Presidente de
Honra, Diretor-Presidente e Vice-Presidente da Fundação APLUB de Crédito
Educativo – FUNDAPLUB, convidando suas Senhorias a integrarem a Mesa dos
trabalhos. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Vereador Claudio Sebenelo que, em nome da Casa, saudou os visitantes. Após, o
Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Daniel Juckowsky, que registrou
o transcurso, no dia vinte e sete de abril, do Dia Internacional do Crédito
Educativo, ressaltando os benefícios da implementação de financiamentos
alternativos que garantam o acesso de estudantes carentes ao ensino de terceiro
grau. Sobre o assunto, avaliou a importância da formação técnica, profissional
e artística dos jovens, como instrumento essencial ao efetivo desenvolvimento
socioeconômico do País. Às quatorze horas e cinqüenta e quatro minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
cinqüenta e sete minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o
Senhor Presidente informado que, durante esse período, seria realizada
homenagem ao Dia da Imigração Polonesa no Estado do Rio Grande do Sul. Compuseram a Mesa: o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre; o Senhor Edvin Antonio Zembruski, Presidente da
Sociedade Polônia; o Padre Leon Lesiewicz; o Desembargador Wilson Carlos
Rodycz, Presidente da Comissão dos Cento e Trinta Anos da Imigração Polonesa no
Estado do Rio Grande do Sul; o Vereador Nereu D’Avila, 1º Secretário deste Legislativo.
Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Maurício Dziedricki, teceu considerações
acerca da relevância da homenagem relativa ao Dia da Imigração Polonesa no
Estado do Rio Grande do Sul, mencionando que seus bisavós imigraram para o
Brasil há mais de cem anos, em busca de um futuro melhor. Ainda, ressaltou o
trabalho árduo e persistente desse povo na contribuição para o desenvolvimento
brasileiro, destacando que, em Porto Alegre, os poloneses se concentraram na
região do 4º Distrito. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças
dos jovens Joel Hirtz do Nascimento Navarro, Rafael Hirtz do Nascimento Navarro
e Marina Kleciwicz. Em continuidade, o Senhor Presidente ofereceu a palavra ao
Senhor Edvin Antonio Zembruski, que salientou a importância do registro hoje efetuado
pela Câmara Municipal de Porto Alegre, relativo ao Dia da Imigração Polonesa no
Estado do Rio Grande do Sul. Após, o Vereador Maurício Dziedricki procedeu à
entrega de placas alusivas ao Dia da Imigração Polonesa no Estado do Rio Grande
do Sul ao Senhor Edvin Antonio Zembruski e ao Padre Leon Lesiewicz. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e dos Professores
Antônio Quintanna, Daniela Ferme e Eulina dos Santos, da Escola Estadual Odila
Gay da Fonseca, presentes à Câmara Municipal de Porto Alegre para participarem
do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Às
quinze horas e dezesseis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas e dezessete minutos, constatada a existência de
quórum. A seguir, o Senhor Presidente registrou o transcurso do aniversário,
hoje, do Vereador Dr. Goulart. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Sebastião Melo
denunciou casos de evasão fiscal resultantes de processos de compra e venda de
veículos em Porto Alegre, solicitando fiscalização e providências do Governo
Municipal quanto ao assunto. Também, criticou a atuação do Senhor Luiz Inácio
Lula da Silva como Presidente da República, contestando aspectos da política econômica
vigente no País, em especial no relativo às taxas de juros praticadas pelo sistema
bancário. Em prosseguimento, o Vereador Claudio Sebenelo formulou Requerimento
verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando fosse entregue aos Vereadores
Aldacir Oliboni e Carlos Comassetto documentação relativa à manutenção de
ambulâncias do Serviço de Assistência Médica de Urgência – SAMU, efetuada pela
empresa Savar Veículos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Comassetto lembrou o
término, no mês de abril do corrente, do prazo legal para que as empresas de
telefonia celular adaptassem seus equipamentos às especificações constantes na
Lei Municipal n° 8.896/02. Também, comentando matéria publicada no mês passado
no Jornal Zero Hora, intitulada “Telecentros interrompem serviços”, enfatizou a
importância da implantação e manutenção de programas públicos de combate à
exclusão digital. Na oportunidade, o Vereador Ervino Besson manifestou-se acerca
do pronunciamento do Vereador Carlos Comassetto durante o período de Comunicações,
tendo o Senhor Presidente informado a necessidade de que as manifestações dos
Senhores Vereadores fossem feitas de acordo com as disposições regimentais.
Também, o Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal solicitando a
retirada de termos constantes na manifestação do Vereador Ervino Besson, acima
referida, o que foi deferido pelo Senhor Presidente, após anuência do Orador.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Todeschini pronunciou-se quanto à Lei
Municipal nº 8.896/02 e questionou os motivos pelos quais o dia primeiro de
maio não foi declarado, como em anos anteriores, de passe-livre junto ao
transporte coletivo da Cidade. Ainda, comentou a Reunião realizada hoje na
Casa, para avaliações sobre o pagamento de precatórios pelo Governo Estadual, e
defendeu a gestão do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da
República. O Vereador Claudio Sebenelo lembrou a atuação do Vereador Juarez
Pinheiro na elaboração e aprovação da Lei Municipal nº 8.896/02 e reportou-se à
matéria de hoje do Jornal do Comércio, acerca de notificações encaminhadas pelo
Governo Municipal às empresas de telefonia que não adaptaram seus equipamentos
a essa legislação. Ainda, teceu críticas ao Governo Federal, enfocando temas da
política econômica hoje vigente, em especial a geração de empregos e renda. A
Vereadora Clênia Maranhão referiu-se à reunião realizada na manhã de hoje para
debater o pagamento de precatórios pelo Governo Estadual, afirmando que o
Governo Municipal apresenta débitos nessa área, em parte resultantes de dívidas
não pagas em anos anteriores. Também, mencionando o transcurso, ontem, do Dia
do Trabalhador, citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE, acerca da situação econômica vivenciada pelos trabalhadores
brasileiros. O Vereador Ervino Besson parabenizou a chapa presidida pelo Senhor
Wilson Estivalete, vencedora da eleição de ontem para a Diretoria da Associação
de Moradores da Vila Nova, afirmando que essa chapa realizou um trabalho digno,
em consonância com as expectativas da comunidade daquela região. Sobre o
assunto, questionou a atuação da ex-Presidenta dessa entidade, sustentando que
sua derrota deveu-se ao envolvimento político de Sua Senhoria com o Partido dos
Trabalhadores. A Vereadora Manuela d'Ávila indicou a leitura da reportagem na
Folha de São Paulo de hoje sobre a Guerrilha do Araguaia, defendendo a
publicação de documentos do Regime Militar referentes a esse período histórico.
Também, analisou problemas na instalação da Comissão Especial de Políticas Públicas
para a Juventude, cobrando maior clareza no posicionamento dos Vereadores que
apóiam o Governo Municipal, em relação ao assunto. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
108/05, discutido pelos Vereadores José Ismael Heinen, Claudio Sebenelo, Carlos
Comassetto e Ervino Besson, 116 e 117/05, este discutido pelos Vereadores José
Ismael Heinen e Ervino Besson; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 109 e 111/05, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
014/05, discutido pelos Vereadores Professor Garcia, José Ismael Heinen e
Carlos Comassetto, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 008/05, discutido pelo
Vereador Professor Garcia, o Projeto de Resolução nº 087/05; em 5ª Sessão, o
Projeto de Resolução nº 081/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Mario Fraga
enfatizou que o PDT é favorável à Comissão Especial de Políticas Públicas para
a Juventude. Ainda, enalteceu a confirmação, pela Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, do contrato que garantirá a construção de mais de três mil unidades
habitacionais no Programa Integrado Entrada da Cidade. Finalizando, congratulou
a chapa vencedora na eleição da Associação de Moradores da Vila Nova. O
Vereador Elias Vidal debateu a questão habitacional do Município, registrando
ter comparecido, ontem, na assinatura do contrato de financiamento do Programa
Integrado Entrada da Cidade. Ainda, posicionou-se criticamente com relação à
dívida assumida pelo Partido dos Trabalhadores quando à frente do Governo
Municipal, para a conclusão das obras do conjunto habitacional Jardim
Leopoldina, por ocasião da falência da Construtora Guerino. A seguir, o Vereador
Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, solicitando esclarecimentos acerca
da tramitação do Recurso impetrado por Sua Excelência, durante a Vigésima
Oitava Sessão Ordinária, contra decisão da Mesa Diretora, que viabilizou a
continuidade do processo de votação do Projeto de Lei do Executivo nº 005/05,
tendo o Senhor Presidente informado que determinaria a localização do referido
Recurso. Também, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal,
solicitando cópias da documentação relativa à autorização para a realização de
Reunião da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, na manhã de
hoje, no Plenário Ana Terra, para discutir a cobrança de precatórios devidos
pelo Estado do Rio Grande do Sul, tendo os Vereadores Ervino Besson, Maria
Celeste e João Antonio Dib se manifestado e o Senhor Presidente prestado
esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Mônica
Leal manifestou-se acerca do fechamento de Telecentros pela Prefeitura
Municipal, sustentando que metade dos locais onde estava sendo disponibilizado
acesso à internet com recursos municipais funcionava de forma irregular. Sobre
o tema, frisou que não havia dotação orçamentária para o funcionamento dos
Telecentros após o mês de março do corrente, justificando a impossibilidade de
repasses sem a legalização de convênios. O Vereador Raul Carrion registrou o
transcurso, anteontem, do trigésimo aniversário do fim da Guerra do Vietnã,
posicionando-se contrariamente à política externa dos Estados Unidos da América
e contrapondo-se à idéia de que o regime socialista tenha acabado. Também,
parabenizou a reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo sobre atos do
Exército Brasileiro durante a Guerrilha do Araguaia, mencionando trechos dessa
reportagem e repudiando as ações militares realizadas na época. A Vereadora
Maristela Maffei aludiu aos precatórios municipais e estaduais discutidos na
Reunião Extraordinária realizada na manhã de hoje, mencionando que
esse evento foi presidido pelo Vereador Elói Guimarães. Também, elogiou as
ações do Governo Federal em prol do Rio Grande do Sul, como a entrega de
viaturas policiais e repasse de recursos para a área da saúde, contestando o Governo
do Estado por empréstimo concedido ao Grupo Gerdau. A Vereadora Clênia Maranhão
elogiou a forma como foi elaborada a matéria “Educação da Capital expõe metas”,
publicada no dia trinta de abril do corrente pelo jornal Correio do Povo, a
qual analisou metas apresentadas pela Secretaria Municipal de Educação. Ainda,
registrou sua participação, hoje, na assinatura de contratos referentes ao
Programa Integrado Entrada da Cidade, ressaltando que o atual Governo está
mantendo Projetos já existentes no Município. O Vereador Sebastião Melo afirmou
que irá propor formalmente a realização de reunião neste Legislativo, a fim de
debater os atrasos de precatórios do Estado no período em que o Partido dos
Trabalhadores governou o Rio Grande do Sul, sustentando que o atual Executivo
Estadual herdou muitas dívidas dos Governos anteriores. Também, protestou
contra ações do Governo Federal em relação ao Estado, especialmente no que
tange aos repasses pelas exportações gaúchas realizadas. O Vereador Claudio
Sebenelo comentou matéria publicada ontem no jornal Folha de São Paulo,
intitulada “Salário mínimo sobe menos que nos anos FHC”. Ainda, replicou
denúncias feitas pelo Vereador Aldacir Oliboni, a respeito de ambulâncias do
Município estarem paradas por negligência da atual gestão e comentou a possibilidade
de irregularidades no contrato de manutenção feito entre o Município e a
empresa Savar Veículos. O Vereador Professor Garcia discutiu a questão dos
precatórios do Estado, alegando que já foram pagas algumas dessas dívidas pelo
então Governador Olívio Dutra. Nesse contexto, lembrou que os pagamentos imediatos
sempre dependem da disponibilidade de recursos, defendendo que este Legislativo
também participe dos debates acerca desse assunto, uma vez que há
aproximadamente oito mil precatórios pendentes em Porto Alegre. Na ocasião, os
Vereadores Aldacir Oliboni, Luiz Braz e Claudio Sebenelo manifestaram-se acerca
da resposta dada pelo Vereador Claudio Sebenelo, em Comunicação de Líder, às
denúncias apresentadas pelo Vereador Aldacir Oliboni no período de Comunicações
da última Sessão Ordinária, no dia vinte e oito de abril do corrente, de que
ambulâncias do Município estariam paradas para manutenção mecânica, tendo o
Senhor Presidente informado que os encaminhamentos necessários deveriam ser
feitos nos termos do Regimento. A seguir, constatada a existência de quórum,
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 059/05. Em Discussão Geral e Votação Nominal,
foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 062/05, por trinta e três votos
SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen
Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga,
Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon, Valdir Caetano. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o
Projeto de Lei do Legislativo nº 069/05 e o Projeto de Resolução nº 051/05. Às
dezoito horas, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel e secretariados
pelo Vereador Nereu D'Avila. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Passamos à
A Srª Edy Maria Mussoi,
Presidente do Movimento de Donas de Casa e Consumidores do RS, está com a
palavra para tratar de assunto relativo à criação do Procon Municipal, pelo
tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. EDY MARIA
MUSSOI: Sr. Presidente, Elói Guimarães; prezados Vereadores,
eu agradeço, em nome do Movimento de Donas de Casa, a cedência deste espaço.
Nós gostaríamos de relembrar a esta Casa o trabalho que o Movimento de Donas de
Casa tem tido ao longo desses quase dez anos pela implantação do Procon
Municipal. Ainda na gestão do Prefeito Olívio Dutra, nós estivemos com o
Vice-Prefeito na época, o nosso Secretário de Educação, José Fortunati, pedindo
a criação do Procon Municipal. Infelizmente não fomos atendidas. Ao longo desse
tempo, outras entidades se somaram ao nosso esforço, inclusive esta Casa,
através de um Projeto de Lei da Verª Clênia Maranhão que foi aprovado por esta
Casa, mas vetado pelo então Prefeito Tarso Genro, que também não encaminhou um
projeto a esta Casa, já que o outro tinha vício de origem. Então, entramos no
Ministério Público pedindo a criação do Procon Municipal. Também não obtivemos
êxito.
Finalmente parece que está
havendo uma luz no túnel. Liderados pelo Fórum Estadual de Defesa do
Consumidor, na pessoa do seu Presidente, Dr. Alcebíades Santini,
juntamente a outras entidades - Procon Estadual, Ministério Público Estadual,
Brasilcom, Sindicato dos Comerciários, Sindilojas e Movimento das Donas de Casa
-, foi elaborado, Sr. Presidente, um anteprojeto, o qual foi entregue ao nosso
Prefeito no dia 8 de abril, numa das reuniões do Fórum, no Banco Central. Nós
temos esperança de que a nossa jornada tenha um fim desta vez. Não se justifica
que uma Capital como Porto Alegre, que tem pretensões de ser a capital do
Mercosul, não tenha o seu Procon Municipal. O nosso Procon Estadual, por meio
do seu Presidente, Alexandre Appel, tem feito um esforço digno de receber um
troféu; com a precariedade que o Procon Estadual tem, com seis advogados e só
com três viaturas, ele tem de atender todo o Rio Grande do Sul e principalmente
Porto Alegre, já que não temos o Procon Municipal.
O Projeto deve estar chegando a
esta Casa, Sr. Presidente - se ainda não chegou. Então, este é o motivo da
nossa presença aqui: pedir o apoio dos Srs. Vereadores para que desta vez o Projeto
seja aprovado e posteriormente sancionado pelo Prefeito Municipal, José Fogaça.
Com o advento do Código de Defesa
do Consumidor, digno dos melhores códigos do mundo, o consumidor está ciente
dos seus direitos, ele sabe aonde ir buscar esses direitos. O Movimento de
Donas de Casa, o próprio Fórum Estadual de Defesa do Consumidor, que trabalha
na defesa do consumidor, têm limites. Nós não podemos multar uma empresa que
esteja lesando o consumidor; não podemos fazer um ajustamento de conduta. São
coisas que somente um Procon tem legitimidade para fazer. Nós trabalhamos
integrados com o Procon Estadual, com o Ministério Público, com todas as
entidades de defesa do consumidor, por isso mesmo sabemos da dificuldade do
consumidor para encaminhar as suas denúncias quando não é bem resolvida uma
compra que ele faz, enfim, sempre há problemas, principalmente em relação às
linhas telefônicas, ao plano de saúde, são atribuições somente do Procon
Estadual.
Nós agradecemos este espaço, Sr.
Presidente, a cedência deste microfone. Mais uma vez, apelamos e, de antemão,
agradecemos. Eu tenho certeza de que os Vereadores finalmente vão aprovar a
criação do Procon Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Convidamos a Srª Edy Maria Mussoi a fazer parte da
Mesa.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Elói Guimarães; Srs. Vereadores, em nome da Bancada
do PDT, queremos cumprimentar de uma forma muito especial, muito carinhosa a
Dona Edy Maria Mussoi, Presidenta do Movimento de Donas de Casa. Dona Edy, faço
parte da CEDECONDH, e, na primeira reunião que fizemos neste ano, nesta
Legislatura, fomos fazer uma visita ao Secretário Cecchin, com a unanimidade
dos Vereadores: Verª Clênia, que já se manifestou e que tem um Projeto nesta
Casa - depois aconteceu tudo o que a senhora explicou na tribuna -; Verª Maria
Celeste, que é a Vice-Presidenta; Verª Margarete Moraes, Ver. Bernardino e Ver.
Maurício. Casualmente, o assunto do qual tratamos foi a respeito do Procon. A
senhora colocou muito bem. Depois começamos a trabalhar com outras entidades,
muito fortemente em cima do Procon, com todas as entidades que a senhora citou
há pouco na tribuna.
Sem dúvida nenhuma, tenho
informações de que, ainda nesta semana, depois dessa ampla discussão, com a
grande colaboração de vocês, Dona Edy - aquele grupo de senhoras que trabalha
tanto, trabalham voltadas ao Procon, trabalho este que é um orgulho para esta
Casa, e outras entidades -, em breve, porque o Projeto está praticamente
pronto, o Presidente deverá recebê-lo, e o Projeto será votado nos próximos
dias. Nós teremos, sim, aquilo que a nossa querida Porto Alegre almeja há muito
tempo: o nosso Procon Municipal.
Portanto, como já disse, em nome
da Bancada do PDT, também da minha Comissão, quero transmitir um grande abraço,
e que a senhora o transmita a esse grupo de senhoras que têm colaborado muito
com o Procon. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.PRESIDENTE (Elói
Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Dona Edy Mussoi, como sempre elegante na sua
postura e apresentação. O Procon Municipal vem preencher uma lacuna importante,
na medida em que o consumidor tem de ser ensinado a negociar, tem de ser
defendido, muitas vezes forçando a reestruturação das empresas, no sentido de
uma melhor qualidade de atendimento. E mais do que isso: tornando a relação do
comerciante com o consumidor muito mais agradável, muito mais amena, muito mais
prazerosa e mais dignificante. De um lado está um investidor que oferece
emprego, um empresário, um pequeno empresário, e do outro um interessado na
aquisição de um bem. Na verdade, então, os dois podem ser completados, podem
ser complementarmente gratificados: um, vendendo adequadamente, e o outro
satisfazendo os seus anseios materiais, que hoje são indiscutivelmente o motor
de propulsão de uma sociedade que tem, no seu modo de produção capitalista, a
idéia do consumo que precisa ser aperfeiçoada. E isso vai ser feito por um
órgão de proteção ao consumidor, já que existe do outro lado do balcão o órgão
protetor do empresário e do investidor, eles se organizaram e se sindicalizaram.
Na outra ponta do sistema, acho que o consumidor - é indiscutivelmente um dos
grandes fatores da modernidade hoje - precisa indispensavelmente dessa defesa.
Meus parabéns, Dona Edy.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, falo em nome da Bancada do PP, composta por esta
Vereadora e pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel. Vejo com
satisfação a presença, nesta Casa, da Presidente do Movimento de Donas de Casa
e Consumidores do Rio Grande do Sul, que neste mês completa dezessete anos de
atividades na defesa dos interesses de uma população penalizada com os
constantes aumentos justamente naquilo que mais de perto nos toca, que são os
gêneros alimentícios. Em épocas de dificuldades podemos deixar de fazer muita
coisa: podemos excluir compras de roupas, calçados e benfeitorias para as
nossas casas; podemos considerar supérflua qualquer outra coisa, menos a alimentação.
Isso torna ainda mais meritório o trabalho desenvolvido pelo Movimento, que
beneficia a todos, sem exceção, desde a classe média até as famílias de baixa
renda.
Para que se tenha idéia do
alcance desse trabalho, elas vêm conquistando apoios os mais variados,
inclusive de estabelecimentos comerciais importantes, como as redes de
supermercados Zaffari e Sonae, da Associação Gaúcha de Supermercados, Lojas
Renner, entre outros. E vão além, desejam mais colaboração, mais participação,
e têm como proposta a implantação de um Procon Municipal, iniciativa positiva,
que só podemos aplaudir. Tenho acompanhado a sua ação decidida e destemida, Srª
Edy Maria Mussoi, e desejo ao Movimento de Donas de Casa todo o sucesso, com o
nosso apoio.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srª Edy
Maria Mussoi, é inegável o seu trabalho à frente do Movimento de Donas de Casa
e Consumidores já há tanto tempo. O Procon já era para estar funcionando em
Porto Alegre, e ele vai funcionar. E deveremos dar graças ao seu trabalho e de
toda a sua equipe empenhada para que nós tenhamos esse trabalho na Capital do
Rio Grande do Sul, porque é inadmissível ainda não termos um Procon Municipal.
E lamentamos que o Projeto que
saiu desta Casa aprovado, de autoria da Verª Clênia Maranhão, tenha sido vetado
pelo Prefeito “fujão” Tarso Genro, que resolveu deixar a Prefeitura para
resolver os seus problemas em Brasília. Quem sabe, agora... Mas eu fico ainda
“com um pé na frente e outro atrás”; quero ver depois que o Procon estiver
funcionando. Que o Projeto venha para cá, com certeza ele será aprovado. E nós
esperamos que, desta feita, o Prefeito aja sancionando o Projeto, para que
possamos atingir os objetivos traçados pela senhora e por toda a sua equipe a
respeito dessa necessidade, sim, que a Capital do Rio Grande do Sul tem. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, minha cara Edy Mussoi, em nome da Bancada do
Partido dos Trabalhadores e da nossa Líder, Maristela Maffei, empenho a nossa
palavra, a nossa militância, na defesa do Projeto, porque nós, quando estivemos
na Secretaria da Indústria e Comércio, discutimos longa e exaustivamente no
Fórum Estadual de Defesa do Consumidor. Adotamos, basicamente, aquele Projeto
apresentado, inclusive com a colaboração de professores da cadeira de Direito
do Consumidor, da Ritter dos Reis, e um conjunto de servidores. Nós discutimos,
evidentemente, o Procon Municipal. Achamos que, inclusive, para que esse
processo não seja apenas o de aprovar aqui e instalar sem condições, devemos
tratar com o Alexandre Appel, que é o Diretor do Procon Estadual, os mecanismos
de utilização de espaços e de estrutura. No Procon Estadual, com todas as
dificuldades que nós temos hoje, as quais a senhora bem mencionou, ainda existe
uma possibilidade boa de trabalho, porque há a tradição de alguns servidores,
inclusive da esfera federal, que eram da época que essa questão estava sob a
responsabilidade do Governo Federal e que permanecem trabalhando ali, portanto
trazendo uma experiência muito grande.
Nós achamos que o Projeto, tal
qual tem sido discutido até este momento, é um Projeto adequado para a cidade
de Porto Alegre para este momento. Esperamos, sim, desafogar o Procon Estadual,
havendo outra instância de recurso a fim de que as pessoas possam decidir em
nível municipal.
Eu acredito que a questão dos
funcionários pode ser resolvida com rearranjo interno entre as várias
Secretarias. Era o que nós vínhamos tratando até então. E apoiaremos qualquer
rearranjo interno, porque acreditamos que há pessoas com experiência em algumas
Secretarias que poderão dar um grande aporte ao Procon Municipal, haja vista o
trabalho que a SMIC já vem realizando. A Secretaria da Saúde poderá aportar com
um ou dois técnicos da vigilância, que eu acho que é o setor que terá muito
trabalho, talvez, junto com a questão mais econômica. Mas a questão da Saúde é,
em certo sentido, preponderante em muitos momentos. Portanto agora, dessa
maneira, conjuntamente, podemos ter condições de um Procon Municipal. Saúdo a
senhora, o seu empenho e trabalho.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Prezado Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezada
Srª Edy Mussoi, Presidente do Movimento de Donas de Casa e Consumidores do Rio
Grande do Sul, quero, primeiro, parabenizá-la por essa luta contínua que a
senhora vem desenvolvendo em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul durante vários
anos.
Nós somos daqueles que entendemos
que a criação do Procon vem, cada vez mais, somar nessa luta da senhora e da
coletividade. Portanto, em momento nenhum, elas são excludentes; pelo
contrário, acho que vocês vão ter um trabalho maior de levar aquelas reclamações
e os anseios para o Procon, porque sabemos que, muitas vezes, a sua luta tem de
ser refletida pela imprensa por mobilizações.
Então, em nome do nosso Partido,
Partido Socialista Brasileiro, queremos dizer que em todas as iniciativas, quer
sejam individuais ou coletivas, que venham em prol da sociedade e, ao mesmo
tempo, com uma vigilância maior, seremos parceiros. Parabéns, e continue com o
seu trabalho exemplar.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MAURÍCIO
DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Elói Guimarães; Srª Edy Mussoi,
Presidenta do Movimento de Donas de Casa e Consumidores do Rio Grande do Sul, é
com muita alegria que a recebemos aqui em nome da Bancada do PTB, haja vista os
retratos feitos. E quero ressaltar a comunicação do meu Presidente da
CEDECONDH, Ver. Ervino Besson, sobre a importância do tema, da narrativa, da
disponibilidade dos Vereadores para a discussão, para o fomento, para a criação
e consolidação do Procon Municipal, uma instância em que teremos resguardados
os direitos do consumidor; uma instância em que também deveremos ter
resguardados os princípios da boa vontade, da bem-aventurança entre as relações
de comércio, de negócios.
Então, é com satisfação que a
Bancada do PTB se soma à iniciativa de V. Sa., no momento em que traz à tona a
discussão do Procon Municipal. Tenho a certeza de que é um instrumento
consultivo, um instrumento que deve ser implementado em Porto Alegre, em que
buscamos, mais do que nunca, resguardar os direitos do cidadão. Esse é o
compromisso que o PTB tem, esse é o compromisso que assumimos com a senhora.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srª Edy Maria Mussoi, Presidente
do Movimento de Donas de Casa e Consumidores do nosso Estado, em primeiro
lugar, queremos cumprimentá-la pelo trabalho e dizer que reconhecemos a
necessidade de todo e qualquer espaço em que se lute pela garantia dos direitos
da nossa população.
Todos nós somos, invariavelmente,
consumidores. Quando estabelecemos ou identificamos os preconceitos existentes
e as dificuldades existentes com os consumidores no nosso Estado, na nossa
Cidade, ou em qualquer outro Município, averiguamos que justamente as camadas
mais necessitadas são as que mais sofrem por esses preconceitos e por esses
problemas graves que são recorrentes, porque as pessoas desconhecem, na grande
maioria, os seus direitos e não reagem logo ao serem submetidas a essas
infrações. Sobretudo, reconhecemos uma série de serviços que devem ser
fiscalizados, daí a importância da existência do Procon no nosso Município,
para que possamos desafogar o nosso Procon Estadual.
Sabemos da questão, por exemplo,
dos centros estéticos no nosso Município, que submetem cotidianamente milhares
de jovens a serviços dos quais não temos a fiscalização adequada,
permanentemente, para garantirmos a qualidade do que é prestado, a exemplo das
câmaras ou camas - eu chamo aquilo de processo de asfixiamento - de
bronzeamento artificial, que não seguem, na sua grande maioria, as leis
existentes.
Também há a questão dos espaços
de tatuagem aqui na nossa Cidade. Nós ouvimos diversos tatuadores sérios
apresentarem uma série de requisitos. Ontem, inclusive, tivemos um espaço de
discussão desses tatuadores na nossa Cidade. Eles levantam uma série de
requisitos que devem ser cumpridos para que alguém possa se submeter à
tatuagem, mas que não são cumpridos por vários e desqualificados espaços que
existem e que constrangem, inclusive, os estabelecimentos sérios.
Por isso somos solidários e temos
a convicção de que as empresas sérias, os estabelecimentos sérios, aqueles que
querem vender um serviço qualificado à nossa população, também devem lutar e,
de fato, se somar à luta pelo Procon Municipal. Obrigada e meus parabéns pelo
seu trabalho.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Ao encerramos este espaço da Tribuna Popular,
queremos saudar a Srª Edy Maria Mussoi, que é a Presidenta do Movimento de
Donas de Casa e Consumidores do Rio Grande do Sul. Quero dizer que V. Sª é uma
pioneira, uma grande lutadora na vigilância do mercado. E, quando o Fórum de
Defesa dos Consumidores - juntamente com a Dona Edy e demais entidades -, no
mês passado, entregou ao Prefeito Municipal o anteprojeto do Procon Municipal,
nós tivemos a oportunidade de dizer que os Procons interessam, sim, ao bom
mercado, porque esses vêm auxiliar na defesa desse fator fundamental, o mais
importante fator nessa relação da mercancia: o consumidor, que é a figura
principal, sem ele não há desenvolvimento, sem ele não há mercado, etc. e tal.
Portando, Dona Edy, à senhora -
que é uma líder - se devem, em grande parte, as iniciativas que se darão,
brevemente, com a instalação do Procon em nossa Cidade. Nós queremos saudá-la,
desejando êxito nessa sua caminhada na defesa do interesse da nossa população e
da nossa comunidade. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h31min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães – às 14h33min): Estão reabertos os
trabalhos.
Hoje temos o comparecimento dos
representantes da APLUB, que abordarão o assunto Crédito Educativo. Convidamos
a fazer parte da Mesa o Sr. Daniel Juckowsky, Presidente de Honra da Fundação
APLUB Crédito Educativo; o Sr. Nelson Wedekin, Diretor-Presidente da APLUB,
ex-Senador da República por Santa Catarina; o Sr. Carlos D’Azevedo,
Vice-Presidente da APLUB. Este comparecimento foi proporcionado pelo Ver.
Claudio Sebenelo, a quem oferecemos a palavra para fazer uma saudação à
instituição.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Eu tive como professor de Economia o
Professor Carlos Nelson Reis, que já foi menino de rua e que hoje é Pró-Reitor
da Universidade; ele teve a sua universidade financiada pela Fundação APLUB de
Crédito Educativo. O nosso grande Diretor Administrativo do Grupo O Sul - o
jornal -, Paulo Sérgio Pinto, é também uma das pessoas que teve a felicidade de
desenvolver o seu estudo universitário através dessa benesse que se chama
Credito Educativo APLUB.
"O Crédito Educativo
dignifica o ser humano por seus méritos, além de ser formador de uma
consciência social, muito tem a ver com liberdade e democracia. É um dos
fatores mais verdadeiros para a mudança social." Este pensamento tem a
lavra do educador colombiano, Dr. Gabriel Betancur Mejía, inspirador e idealizador
do primeiro Crédito Educativo do planeta, ao fundar, há cinqüenta anos, o
Instituto Colombiano de Crédito Educativo e, posteriormente, outras
instituições e programas em diversos países. Dia 27 de abril, em homenagem ao
seu natalício, é comemorado no mundo inteiro o Dia Internacional do Crédito
Educativo.
Há 33 anos foi criado o primeiro
programa no Brasil, através da APLUB - Associação dos Profissionais Liberais
Universitários do Brasil -, dentro de um objetivo eminentemente social,
procurando, com a mais rigorosa avaliação, atender somente a estudantes
carentes, proporcionando às camadas da população brasileira menos aquinhoadas a
ambição de serem futuros profissionais liberais universitários. Em 1976, foi
criada a Fundação APLUB de Crédito Educativo com a finalidade específica de
conceder acesso aos nossos jovens e administrar programas universitários.
Atualmente, dezesseis instituições de nível superior ensinam através desses
convênios, mantendo seus programas administrados pelo Fundo APLUB. Durante os
últimos 32 anos de ação, mais de cinqüenta mil estudantes foram beneficiados.
No Brasil há, hoje, a
insignificante cifra de 4% da população que tem acesso à universidade.
Entendemos o desenvolvimento como um processo em que, dentro dos seus
pressupostos básicos, se encontra a educação de nível superior. Entende-se como
pressuposto básico a qualificação e capacitação de uma população economicamente
ativa, aspecto esse que o País vem perseguindo há várias décadas, mais
acentuadamente nos últimos quinze anos, compatibilizando a oferta de cursos dos
mais variados matizes e níveis com os justificados anseios desse contingente de
brasileiros que, além de necessitarem de financiamento para aquisição de
conhecimento, ainda necessitam compatibilizá-la com o mercado de trabalho.
Comprovadamente, ao estabelecer fundações dessa natureza e programas bem
gerenciados e difundidos otimizadamente, a demanda do Crédito Educativo tem
experimentado um notável aumento de seu volume de financiamentos e de
qualificação da massa crítica que se propõe a formar.
Muitos organismos, animados em
investir nesse processo educacional, na maioria das vezes têm grandes perdas,
inclusive indo à falência com o alto grau de investimento e com índices de
inadimplência assustadores, levando a maioria dessas empresas ao seu
fechamento, ao encerramento das atividades e, o que é pior, ao encerramento da
esperança de milhares de candidatos. Cada vez mais, na medida em que se
associam as fundações a financiamentos mais acessíveis à bolsa do trabalhador, há
uma conscientização da importância dessa estratégia avançada de colaboração do
processo educativo de nível superior, de acesso ao conhecimento universitário e
melhora direta e imediata da qualidade de vida de seus usuários e de serviços
prestados à população em geral.
Uma das alternativas que tenta
minimizar a crise de ensino, sob o aspecto do financiamento e acesso a uma
educação plenamente redentora e libertária, tem sido, nesses tempos, a Fundação
Aplub de Crédito Educativo. Nossos gabinetes, como instância política,
freqüentemente, recebem pedidos dessa natureza, como seqüela de uma antiga
prática em que homens públicos concediam, discriminada e injustamente, bolsas
de estudos e meias-bolsas para fins eleitoreiros e clientelistas. Essa crença
avilta mais ainda as relações dos legislativos com a população, pois a negativa
é sempre seguida de grande desconforto por parte dos interessados, que se
sentem profundamente injustiçados. Enquanto não houver um programa nacional de
financiamento do Ensino Superior, por iniciativa federal, vamos remando com os
remos que Deus nos deu.
E nossos heróis de hoje trabalham
na Fundação Aplub de Crédito Universitário, que possibilita a realização de um
sonho para milhares de irmãos brasileiros que precisam de expansão, de mais
segurança em seus investimentos e de um sopro de esperança em direção à
felicidade profissional de cada um de nós que tem, nesse amparo, a expressão
viva de um País melhor, maior, rico e soberano. Isso só se faz com educação;
quanto mais brasileiros ingressarem em nossas universidades, mais importante se
tornará o Brasil no concerto das nações, já que estamos, urgentemente, no
século XXI. Então, é para já. Muito obrigado, Fundação Aplub de Crédito
Educativo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Queremos agradecer as palavras proferidas pelo
Ver. Claudio Sebenelo. E, agora, ofereceremos a palavra ao Dr. Daniel
Juckowsky, que é o Presidente de Honra da Fundação Aplub Crédito Educativo.
O Sr. Daniel Juckowsky está com a
palavra.
O SR. DANIEL
JUCKOWSKY: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; demais
componentes da Mesa, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, no dia 27 de abril
foi celebrado o Dia Internacional do Crédito Educativo. Esse dia lembra a
importância dessa forma de financiamento que tem um objetivo social.
Em um País em fase de
desenvolvimento como o Brasil, a sua população e Governos se conscientizam,
cada vez mais, de que a educação, como formação técnica, profissional e
artística, adquire uma importância prioritária para o equilíbrio de seu
desenvolvimento socioeconômico. As expectativas para a educação, cada vez mais
difundidas, têm ocasionado uma demanda maior no sistema educativo do País. Como
a demanda tem aumentado mais do que os recursos dos Governos destinados a criar
escolas, universidades e cursos técnicos, a busca de alternativas é imperiosa,
e, entre elas, está a participação do setor privado na educação, tanto no
aspecto social, como no financeiro. Vários são os exemplos, na América Latina e
no Caribe, de fundações, instituições e entidades filantrópicas que desenvolvem
programas educacionais.
Quando o custo da educação é
repassado ao usuário, cria-se um obstáculo para o acesso em instituições
educacionais aos jovens de famílias de baixa renda. O Crédito Educativo surgiu
como uma forma de financiamento da educação que permite o acesso à educação
superior aos estudantes carentes para cobrar dos profissionais em atividade.
Portanto, o financiamento é assumido pelos beneficiários. Dessa forma, a
rotatividade com a recuperação dos recursos investidos e novamente aplicados em
novos estudantes representa uma multiplicação de oportunidades.
O Crédito Educativo, como uma
alternativa de financiamento da educação do 3º grau, teve início na Colômbia,
no ano de 1950, foi criado por Gabriel Betancur Mejía e se propagou a quase
todos os países americanos e caribenhos, divulgado e incentivado, por meio da
APICE - Associação Pan-americana de Instituições de Crédito Educativo -, e
aplicado por instituições governamentais e privadas.
A Fundaplub é filiada à
Associação Pan-americana desde 1974, fazendo parte de sua diretoria na
presidência na década de 1980 e atualmente exercendo a vice-presidência. A
Fundaplub iniciou o programa de Crédito Educativo no Brasil em 1972, e, durante
esses 33 anos, com a experiência adquirida e somada à tropa de conhecimentos,
com instituições de quase todos os países das Américas e do Caribe, por meio de
seminários e cursos de administração em Crédito Educativo, conseguimos atingir
resultados na rotatividade dos valores envolvidos, que permitiram, através dos
anos, ampliar o número de beneficiários. A Fundaplub executa dois programas: um
de fundos próprios e outro de administração em programas de universidades.
Atualmente administra programas de dezesseis instituições de Ensino Superior.
Como resultado desse trabalho, a Fundação já beneficiou mais de cinqüenta mil
pessoas. Esse é um programa que, pelos resultados obtidos, com índice de
recuperação bastante elevados, nos permitiu ampliar e estimular mais
universidades a fazerem seus programas próprios.
Agradeço, neste momento, esta
oportunidade para lembrar que o dia 27 de outubro é o Dia Internacional do
Crédito Educativo, um Programa que está estendendo-se para todos os países do
mundo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Ao encerrarmos o presente comparecimento, queremos
dizer ao Senador Nelson Wedekin, que é o Diretor-Presidente da APLUB, que nós,
Vereadores, permanentemente estamos recebendo estudantes em busca de recursos
para estudar. Todos temos os mais diferentes depoimentos de pessoas que
conseguiram, na APLUB, por exemplo, formas para continuar estudando.
Eu dizia ao prezado Sr. Nelson
Wedekin; ao Sr. Carlos D’Azevedo, Vice-Presidente, e ao Dr. Daniel Juckowsky,
que é o ideólogo do Crédito Educativo, que tínhamos de encontrar maneiras de
fazer com que o Crédito Educativo pudesse possibilitar aos estudantes dos mais
diferentes cursos universitários formas de sustentarem o seu estudo. O Governo
poderia aproveitar as experiências que instituições como a APLUB têm, o know-how
que têm, no sentido de encontrar soluções para que os estudantes tivessem
condições de continuar seus estudos. É muito triste, Senador Wedekin, ver pais
de estudantes nos procurando e dizendo que seus filhos irão deixar a
universidade, que não vão continuar estudando, porque eles não podem pagar, que
os seus recursos não são suficientes.
Então, quero aqui saudar a
presença da APLUB e dizer da sua importância num assunto que é extremamente
importante para o interesse da nossa população. Eu até sugiro à Comissão de
Educação abrir um debate em torno da questão, Ver. Adeli Sell, Verª Neuza
Canabarro, do Crédito Educativo, que se trouxessem instituições como a APLUB e
outras que atuam nessa área, para buscarmos soluções a esse problema, para não
assistirmos ao que nós, Vereadores, temos assistido: pessoas que têm de sair da
faculdade porque não têm recursos.
Portanto, ao encerrarmos este
comparecimento, queremos, mais uma vez, agradecer a presença do Sr. Daniel
Juckowsky, que é o Presidente de Honra da Fundação APLUB Crédito Educativo.
Queremos saudar também um dos fundadores, o Sr. Rolf Udo Zelmanowicz; o Sr.
Nelson Wedekin, que é o Diretor-Presidente da APLUB, ex-senador da República,
aqui de Santa Catarina, e o Sr. Carlos D’Azevedo, que é o Vice-Presidente da
APLUB, desejando à Instituição que continue; a APLUB já detém até um crédito -
eu diria não do ponto de vista econômico, mas do ponto de vista moral -
daquelas pessoas que, muitas vezes, ali encontram formas e recursos para
continuarem estudando e concluírem seus cursos.
Estão suspensos os trabalhos para
as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h54min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães – às 14h57min): Estão reabertos os
trabalhos.
Passamos ao
Hoje este período é destinado a
homenagear o Dia da Imigração Polonesa no Estado do Rio Grande do Sul, nos
termos do Requerimento de autoria do Ver. Maurício Dziedricki. Convidamos a
compor a Mesa o Sr. Edvin Antonio Zembruski, Presidente da Sociedade Polônia;
Padre Leon Lesiewicz; Desembargador Wilson Carlos Rodycz, Presidente da
Comissão dos 130 Anos da Imigração Polonesa.
Antes de iniciarmos a homenagem à
Sociedade Polônia pela imigração polonesa, queremos registrar a visita
orientada da Escola Estadual Odila Gay da Fonseca. São 52 alunos de 3ª e 4ª
séries, com os professores Antônio Quintanna, Daniela Ferme e Eulina dos
Santos. Essa atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial
desta Casa desenvolve junto a escolas e entidades de Porto Alegre e da Região
Metropolitana. A coordenação é do Professor Jorge.
O Ver. Maurício Dziedricki está
com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Aldacir
Oliboni.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI:
Exmo. Sr. Presidente, Vereador companheiro Elói
Guimarães; Sr. Edvin Zembruski, Presidente da Sociedade Polônia; Exmo. Sr.
Desembargador Wilson Rodycz, Presidente da Comissão dos 130 anos da Imigração
Polonesa; Reverendíssimo Padre Leon Lesiewicz, da Paróquia Nossa Senhora de
Montes Claros; Sr. Mariano Hossa, Vice-Presidente da Sociedade Polônia; Sras.
Vereadoras; Srs. Vereadores, em especial o Ver. Aldacir Oliboni, que, por
gentileza, nos cedeu este espaço para que pudéssemos registrar a homenagem à
Sociedade Polonesa, senhoras e senhores dirigentes e conselheiros da Sociedade
Polônia, público que nos assiste pela TVCâmara, servidores desta Casa,
comunidade de Porto Alegre: ser detinwe vatz vitame, carinhosamente os
cumprimento.
É com este sentimento que estamos
aqui hoje para homenagear a comunidade polonesa no Brasil, no Rio Grande do Sul
e, em especial, em Porto Alegre e marcar o dia da imigração, que ora comemora
130 anos de história. Esta homenagem tem especial significado para mim, pois
está ligada à história de minha família, às minhas próprias raízes, pois, assim
como tantos outros milhares de poloneses, meu bisavô e minha bisavó também
cruzaram o oceano Atlântico há mais de cem anos na esperança de uma vida melhor
e de um futuro para suas famílias aqui neste País.
A imigração polonesa, por ter
sido talvez mais dispersa geograficamente aqui no nosso Estado - os nossos
imigrantes se espalharam em várias regiões, não ficando concentrados apenas em
uma - e também por ter chegado alguns anos mais tarde, foi menos documentada do
que a imigração italiana e alemã. Mas, nas últimas duas décadas, os trabalhos
de pesquisa sobre os imigrantes poloneses têm aumentado consideravelmente,
fazendo um resgate dessa história de luta e coragem dos pioneiros que deixaram
para trás sua pátria e se arriscaram rumo ao desconhecido, para, munidos apenas
dos seus sonhos, construírem aqui suas vidas.
Apesar de ainda não ser tão
documentada quanto deveria, a contribuição polonesa na história de nosso País
esteve presente nas mais diversas áreas. A ocupação da Polônia por países
vizinhos deu-se do século XVIII até o final da 1ª Guerra Mundial, provocando
miséria nas aldeias, causando verdadeiro êxodo no País. Dos mais de três
milhões de poloneses que deixaram a Polônia, cerca de cem mil chegaram ao
Brasil, a maioria para os Estados do Sul. Esses imigrantes, fugindo da
opressão, da ocupação de suas terras, eram, em sua maioria, camponeses. E foi
como agricultores que se estabeleceram nos Estados da Região Sul, em especial no
Rio Grande.
Os relatos dos primeiros
imigrantes para seus familiares foram positivos; os poloneses tinham disposição
para o trabalho e pregavam que aqui bastava ter saúde para trabalhar e, assim,
não passar fome. Foi por meio do trabalho árduo e persistente que os primeiros
poloneses fincaram nessas terras suas raízes, seja o trabalho na terra, como
agricultores, com também o trabalho como artesãos, engenheiros, médicos,
comerciantes e também por meio do trabalho espiritual.
Por ser um povo extremamente religioso,
católico, os padres poloneses tiveram um trabalho de destaque em cuidar de seus
rebanhos de fiéis, desde os primeiros passos na nova terra. E foi com esses
valores de fé e trabalho que os poloneses seguiram chegando ao Brasil, ao Rio
Grande do Sul. Durante e depois da 2ª Guerra Mundial mais imigrantes poloneses
chegaram, entre eles os judeus-poloneses e cidadãos poloneses da Ucrânia.
Em Porto Alegre, a maior parte
dos imigrantes chegou na primeira metade do século passado, a maioria se
instalou no chamado 4º Distrito, local onde estão localizados nossos
homenageados de hoje. É no 4º Distrito, na Av. São Pedro, que está a Sociedade
Polônia, aqui representada pelo seu Presidente Edvin Zembruski, há 109 anos
reunindo os poloneses e seus descendentes de todo o Estado. A Sociedade Polônia
é uma referência a todas as iniciativas de descendentes de poloneses que
queiram preservar suas tradições: seus cantos, suas danças, seus valores, a sua
história.
E foi também no 4º Distrito que
se fixou um outro imigrante polonês, aqui hoje homenageado, que há mais de
quarenta anos trabalha nesta Cidade. O Padre Leon é uma referência para
a comunidade polonesa no nosso Estado, sua atuação na paróquia Nossa Senhora de
Montes Carlos - muito significativamente a padroeira da Polônia - é reconhecida
por todos que o cercam, descendentes de poloneses ou não. O cuidado do Padre
Leon com seus fiéis é demonstrado pelo carinho com que os mais necessitados são
atendidos nos trabalhos de assistência que presta até hoje. E, durante muitos
anos, a visita do Padre Leon era aguardada por todos como uma chance de se
conectar com a sua história e com seus antepassados. É só assim, conhecendo o
nosso passado, que poderemos entender o nosso presente e planejar o nosso
futuro.
É por exemplo desse povo
incansável, sofrido, mas movido pela fé e esperança, que homenageamos hoje,
aqui, os 130 anos de colonização polonesa. E que o exemplo de trabalho e
solidariedade dos nossos poloneses me guie sempre e guie a todos nós. E, com
esta homenagem, expresso o que sinto, parafraseando o poeta descendente de
poloneses, Paulo Leminski: “Meu coração de polaco voltou/Coração que meu
bisavô/ Trouxe de longe pra mim. Dinkuia.” Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Queremos registrar a presença de três jovens que
estão devidamente caracterizados com roupas típicas polonesas: Joel Hirtz do
Nascimento Navarro, Rafael Hirtz do Nascimento Navarro e Marina Kleciwicz.
Pedimos uma salva de palmas. (Palmas.)
O Sr. Edvin Antonio Zembruski
está com a palavra está com a palavra.
O SR. EDVIN ANTONIO
ZEMBRUSKI: Sr. Presidente e demais componentes da Mesa, Srs.
Vereadores, senhores presentes, foi uma honra para nós o destaque dado pelo
Ver. Maurício Dziedricki sobre o que representa para nós, em especial aos
poloneses, a Sociedade Polônia, construída pelos imigrantes poloneses. Hoje ela
é o centro de reunião, de representação da etnia polonesa. Honra-nos muito este
destaque aqui.
Queremos também lembrar que as
comemorações continuam durante o ano. Nós fazemos parte também de um comitê
que, na semana passada, foi destacado pelo Governador, através de uma lei que
criou esse comitê, para que se valorizem todas as comemorações dos feitos dos
poloneses no Rio Grande do Sul.
Também registro aqui a visita do
embaixador da Polônia, de dois Deputados - amanhã haverá um encontro, aqui na
Câmara, em que eles se farão presentes - e da Consulesa, que vem de Curitiba,
Srª Grazyna.
O Vereador já falou tudo o que havia para falar da
nossa contribuição aqui no Rio Grande do Sul. Só me resta agradecer à Casa este
destaque, em especial ao Ver. Maurício Dziedricki. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): No encerramento desta parte da Sessão, ao saudarmos
o Sr. Edvin Antonio Zembruski, Presidente da Sociedade Polônia; o Padre Leon
Lesiewicz; o Desembargador Wilson Carlos Rodycz, Presidente da Comissão dos 130
Anos da Imigração Polonesa, nós queremos - já reiterando aqui a saudação feita
pelo Ver. Claudio Sebenelo - dizer da importância para Porto Alegre, para o
Estado, para o Brasil da imigração polonesa, que comemora este ano - e tem, a
cargo do Desembargador Wilson, aqui no Rio Grande do Sul, as suas festividades
- os 130 anos de imigração. Queremos dizer também da importância do povo
polonês, que resistiu ao longo da história, nos regimes totalitários - nazista
e outros regimes que se pretendeu implantar na Polônia. Quero dizer também que
perdemos, infelizmente, neste ano, não faz muito, um ilustre polonês: Karol Wojtyla - João Paulo II.
Então, nós queremos dizer da satisfação da Casa, que teve a oportunidade de
homenagear aqui, por proposição do Ver. Maurício Dziedricki, os poloneses que
engrandeceram o nosso Estado, o nosso País e, de resto, o Município.
Convido o Ver. Maurício
Dziedricki a proceder à entrega da Placa em homenagem aos 130 anos da Imigração
Polonesa.
(Procede-se à entrega da Placa.)
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h16min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães – às 15h17min): Estão reabertos os
trabalhos. Queremos cumprimentar, desejando muitas felicidades, o Ver. Dr.
Goulart, que está de aniversário. Muitas felicidades. (Palmas.)
O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.
O SR. SEBASTIÃO MELO:
Sr. Presidente da Câmara de Vereadores, colega Ver.
Elói Guimarães; minhas colegas Vereadoras, meus colegas Vereadores, primeiro,
cumprimento o Ver. Maurício e a comunidade polonesa, foi justíssima a homenagem
feita nesta tribuna por esta Casa.
Inicialmente, queremos, Ver.
Adeli, retomar aquele tema que trouxemos à tribuna, na semana passada, sobre as
operadoras de leasing. Nesse final de semana, eu pedi para fotografar,
em frente ao Estádio Beira-Rio, os dizeres que uma empresa revendedora de
automóveis colocou num balão: “Banco Volkswagen”. Com certeza, esse Banco deve
ter uma sede no Interior de São Paulo e vem aqui operar financiamento na cidade
de Porto Alegre, fazer os seus negócios na cidade de Porto Alegre e recolhe uma
migalha para os cofres públicos de uma Prefeitura interiorana paulista.
Eu quero que a nossa Prefeitura
tome uma atitude. Não é possível, Ver. João Dib, que uma Prefeitura que tem
enorme dificuldade para atender a centenas de moradias, ao saneamento básico
nesta Cidade, ao cidadão que precisa de remédio, à Saúde Pública com qualidade
deixe de cobrar imposto de banqueiro. E isso acontece nas principais avenidas desta
Cidade, ou seja, há um banco na revendedora de automóveis, seja da Ford, seja
da Volkswagen, seja da GM, que, quando vende o veículo, traz o contrato para o
cidadão assinar dizendo que o Banco está instalado numa cidade do Interior de
São Paulo. A Lei nº 116 do Código Tributário diz que as transações devem
incidir na localidade onde há compra e venda. Portanto, a Prefeitura de Porto
Alegre tem de agir, os pequenos já pagam muito. Os banqueiros têm lucros
extraordinários, estratosféricos, essa gente não tem alma e não tem sentimento.
Se o sujeito precisar de um dinheiro para fazer uma cirurgia e tiver de pedir
um empréstimo, vai pagar de 12% a 15%, são os chamados agiotas oficializados, e
eles têm de pagar.
Essa é mais uma demonstração de
que agem de forma escancarada na Cidade, dizendo que há um banco na Av. Padre
Cacique. Não há, mostrem o CGC dele, mostrem o alvará desse Banco; não há.
Então, que multem, que fechem, mas não podem proceder dessa forma.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vossa Excelência já
sabe de antemão, mas sou obrigado a repetir aqui que o Vereador tem cem por
cento da nossa concordância. Queria alertar a V. Exª também - podemos
colaborar, sei que V. Exª verificará, pois está estudando esse caso - que as
empresas que vendem móveis, por exemplo, agora estão emprestando dinheiro.
Vossa Excelência sabe que as suas sedes não são aqui, então provavelmente
acontece a mesma situação. Eu posso lhe dizer, de fonte segura, que já vi esse
caso; o Banco Volkswagen ou leasing não se dá em Porto Alegre.
O SR. SEBASTIÃO MELO:
Muito obrigado, Ver. Adeli, e vamos estar juntos
nessa caminhada, porque essa não é uma caminhada de um Vereador, de um Partido,
é uma caminha de luta pelo fortalecimento dos Municípios.
Segundo, eu venho a esta tribuna,
Ver. Sebenelo, porque os jornais do Brasil inteiro, do Rio Grande, de São
Paulo, de Brasília, estamparam a entrevista do Sr. Presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva, na qual ele diz o seguinte: “Durmo o sono dos justos
todo santo dia”. Essa é a manchete principal, Verª Neuza, da entrevista de S.
Exª o Presidente da República. Como é que um Presidente da República que, há
uma semana, disse em rede de televisão, Ver. Nereu, que a classe média
brasileira tinha de levantar o traseiro da cadeira para combater os juros
admite, dois dias depois, em sua entrevista coletiva, que o erro maior do seu
Governo são os juros altos? Então, afinal de contas, quando é que o Presidente
está dizendo coisa com coisa? Eu tenho convicção de que a diferença é muito
pouca entre Banco do Brasil, Caixa Federal, Banco Itaú ou Santander, porque
quem regula a taxa de juros neste País é o Governo da República, que aumentou
oito vezes a taxa de juros neste País, depois que assumiu a Presidência!
Essa é uma visão ortodoxa,
equivocada de um Governo que está se contradizendo no seu discurso. O
Presidente Lula se elegeu para fortalecer o setor produtivo, para trabalhar com
as microempresas, para fazer o microcrédito. E o Governo esquece de todo esse discurso
e envereda-se por aquele campo neoliberal, que os Governos anteriores,
especialmente o do Fernando Henrique, tinham feito com maestria, que é aumentar
superávit primário, a custo de quem? A custo da sociedade que mais precisa do
Poder Público, porque, no Estado, quem mais precisa do Poder Público não são os
ricos, são os pobres.
E o Presidente Lula diz que tem
sono justo; não pode ter um sono justo um Presidente que admite, no seu País,
ter as taxas de juros mais altas do mundo. Não pode um Presidente ter sono
justo quando são 56 milhões de brasileiros que ainda passam fome neste País,
que vivem nos palafitas, nas áreas de risco, por todas as regiões
metropolitanas neste País.
Essa é a questão. Eu não vou
dizer que o Presidente, Ver. Elói, não tenha boa intenção, eu acho que o
Presidente Lula é um homem bem-intencionado e disso não vou discutir, mas ele
se enveredou por um caminho depois de dois anos de Governo... Se isso fosse no
primeiro mês, no segundo mês, no terceiro mês, até poderíamos dizer: “Olha, ele
está iniciando o Governo”. Mas este é um Governo que já está indo para o fim e
não mostrou ao que veio do ponto de vista social e do ponto de vista produtivo.
E alguém há de vir a esta tribuna
dizer: “Mas o País cresceu 5,2%”. Os países em desenvolvimento, Ver. Dib, no
ano passado, cresceram em média 7,2%, sendo que um país como a China cresceu
9%, e outros cresceram 8%. Então, há um déficit negativo de 2%. E cresceu
porque o mundo está comprando. Há um “vento” de compra no nosso mundo, mas, mesmo
havendo uma grande exportação, o País não distribuiu renda. Há um desemprego
enorme neste País. Eu tenho andado por este Rio Grande e, de vez em quando,
ando por este Brasil e nunca vi tanto buraco nas estradas; realmente eles não
fizeram nada nas questões das estradas. As estradas federais estão liquidadas,
buraco em cima de buraco! E depois ainda disse: “Eu reconheço o erro de que
deveria ter interferido mais na eleição da presidência da Câmara.” Mas quando é
que Presidente tem de interferir em eleição de Mesa Diretora? Nós sabemos que
dez ou doze Ministros se envolveram diretamente para eleger o Sr. Luiz Eduardo
Greenhall, e, mesmo assim, o Sr. Severino se elegeu.
Então, desculpem-me, com todo
respeito, eu teria de vir e vim a esta tribuna para dizer que reconheço alguns
avanços do Governo Lula, não sou míope, não sou cego, não tenho os olhos
vendados, eu acho que há alguns aspectos positivos. Mas desculpem-me, este
Governo não traduz, no seu conjunto, uma política para beneficiar os pequenos,
para beneficiar o setor produtivo, para beneficiar o desenvolvimento do País;
pelo contrário, é um Governo que está sustentando a inflação em uma única
estaca, que é subir os juros para poder reduzir o consumo e com isso não ter
uma inflação acelerada. Isso está equivocado, isso pode ser um dos fatores para
balizar a questão da estabilidade econômica, mas nenhum Governo se sustenta
apenas, tendo como balizamento, o aumento de juros. Isso é um preço muito caro
para sociedade, muito caro para as empresas, muito caro para quem produz e
muito caro para o cidadão no seu dia-a-dia. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CLAUDIO
SEBENELO (Requerimento): Na quinta-feira passada, o Ver.
Oliboni fez uma denúncia de que havia viaturas do SAMU na Empresa Savar de
assistência técnica. Acontece que eu denunciei, também, em reposta, que essa
presença na Empresa Savar era decorrente do formulário preenchido pelo Dr.
Rogério Favreto, Procurador-Geral do Município, contratando com a Empresa Savar
Veículos a prestação de serviços que se acompanha dos termos aditivos e da
relação de empenhos pagos à Savar em 2004. No ano de 2004, apenas em reparos e
conservação das ambulâncias do SAMU, foram 402 mil reais, importância com a
qual se podem comprar mais cinco ambulâncias. Eu quero passar esse material às
suas mãos para ser entregue ao Ver. Oliboni e ao Ver. Comassetto, autor do
Requerimento, de acordo com o que eu havia prometido. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Presidência recebe o material entregue por V.
Exª, e coloco o mesmo à disposição dos Vereadores Aldacir Oliboni e Carlos
Comassetto.
Passamos às
O Ver. Carlos Comassetto está com
a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Exmo Sr. Presidente desta Casa, Ver. Elói
Guimarães; prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, trago aqui
para o diálogo e para o debate com os colegas, com as colegas desta Casa e com
o público que nos assiste dois temas que considero de relevante importância
para Porto Alegre.
O primeiro deles diz respeito às
estações de radiobase da Cidade de Porto Alegre, e trago aqui também o acúmulo
que tive nesses quatro anos como Conselheiro do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental, em que discutíamos todas as semanas muitos
e muitos projetos das estações de radiobase de Porto Alegre. Diga-se de
passagem, a grande maioria deles, mais de 90%, eram projetos irregulares, ou
seja, instalavam as antenas, mas não tinham encaminhado ainda a sua
regulamentação.
Esta Casa aprovou a Lei nº 8.896,
em abril de 2002, dando um prazo para que todas essas empresas, Ver. Sebastião
Melo, empresas que arrecadam muito, que ganham muito dinheiro com a
telecomunicação em Porto Alegre, regulamentassem os seus equipamentos até o
último dia 30, e isso não foi feito, Sr. Presidente. Nós temos hoje em Porto
Alegre, mais de 154 estações de radiobase ainda irregulares, isso não é uma
postura civilizada dessas empresas diante de um acordo que foi feito, diante de
uma lei que esta Câmara votou e aprovou.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Nobre Ver. Comassetto, estranho que o Governo que deixou a Prefeitura, em dois
anos e oito meses, não tenha feito uma análise, com um engenheiro e com um
médico, do que poderia acontecer.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Essa análise foi feita, Ver. João Dib, e a
responsabilidade pela documentação é das empresas; não é do Executivo, nem da
gestão que findou e nem da gestão que se inicia, é responsabilidade, sim, das
empresas cobrarem efetivamente a sua regulamentação.
O Sr. Sebastião Melo:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Comassetto, muito obrigado pelo aparte. Na verdade são 154 empresas, sendo
que trinta e poucas são irregulares, as outras, pelo que eu sei, não estão de
forma irregular. Eu quero me somar a essa tese, e o nosso Vereador e Secretário
da SMAM já disse isto com clareza: “Olha, quem está fora da lei tem de ser
multado, não tem de ter nenhum tipo de negociação”. O Governo chamou as
empresas, e estas se retiraram da mesa de negociação; então, que se cumpra a
lei, o que o Secretário Beto Moesch já colocou com clareza nos jornais do final
de semana. É isso que nós temos de cobrar.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Sebastião Melo. Assim como V.
Exª veio à tribuna, minutos antes, fazer uma denúncia das empresas de leasing
que não contribuem com esta Cidade, as empresas de telecomunicações que
utilizam os equipamentos de radiobase... Todos sabemos que esse tema não é só
polêmico, ele também exige um maior aprofundamento de estudos técnicos para que
se ajuste na Cidade. Temos que bater, bater e bater até que essas empresas se
adaptem à Cidade de Porto Alegre, nós não precisamos aqui de empresas que
venham desconstituir o Planejamento Urbano e desqualificar a Cidade.
O segundo tema que quero trazer
aqui, prezados colegas, diz respeito a uma matéria, a uma denúncia que saiu no
dia 30 de abril, sábado, na página de Educação do jornal Zero Hora (Lê.):
“Telecentros interrompem serviços. Parte dos pontos que permitiam acesso
gratuito à Internet foi fechada em Porto Alegre.” Meus caros colegas, o Projeto
dos Telecentros qualifica a Cidade de Porto Alegre.
A Administração que findou deixou
33 Telecentros funcionando em Porto Alegre. Eles têm por objetivo, nada mais
nada menos, reduzir os índices de exclusão digital em Porto Alegre, levar
conhecimento e educação às comunidades, capacitar os usuários para o mercado de
trabalho e viabilizar o acesso da população aos serviços públicos oferecidos
via Internet. Portanto, o Sr. Prefeito Municipal e a Bancada que o sustenta têm
o compromisso de não deixar fechar esses Telecentros e, mais do que isso, de
buscar a sua ampliação. Foi dito com todas as letras: “O que está bom tem de
continuar”, e tem de ser qualificado. É o caso desse Projeto específico,
excelente Projeto, premiado por todas as organizações: os Telecentros. Não
podemos permitir que os Telecentros sejam fechados, porque é inclusão social, é
política para a juventude, é política que vem qualificar a cidade de Porto
Alegre. Quem está dizendo isso não sou eu, mas um jornal de destaque do nosso
Estado, que é o jornal Zero Hora, do dia 30 de abril de 2005. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson pede a palavra para uma
Questão de Ordem.
O SR. ERVINO BESSON: Vereador-Presidente, tenho o maior respeito a todos os Vereadores, mas,
Ver. Comassetto, o Telecentro fechou porque o Governo passado não deixou verba
orçamentária para o seu funcionamento.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Isso não é uma Questão de Ordem, Ver. Ervino
Besson.
Ver. Comassetto, o tempo de V.
Exª está encerrado. Não existe expediente...
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Ver. Ervino Besson, não sou eu quem está dizendo.
É a Zero Hora que está dizendo ...
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Gostaria de dizer que o tempo do Ver. Comassetto
encerrou. Gostaria que os Vereadores utilizassem os termos publicáveis,
parlamentares, e não descambassem para outro terreno. É o apelo que faço.
O SR. CARLOS
COMASSETTO (Requerimento): Solicito a retirada dos Anais das
palavras ofensivas proferidas pelo Ver. Ervino Besson à minha pessoa, coisa que
não é admissível numa relação parlamentar.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, retiro, mas quero que o Vereador venha à tribuna e
explique por que fechou o Telecentro. Por quê?
O Ver. Carlos Todeschini está com
a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, assistência do Canal 16 e público presente nesta
Casa, estou programado para falar também das estações de radiobase, porque esse
não é um assunto menor. A lei levou três anos para ser construída, pactuada e
foi feita em consenso, tornando-se uma lei exemplar na cidade de Porto Alegre,
imitando, copiando e reproduzindo as legislações das cidades e dos países mais
avançados. É uma lei que tem um espírito, que tem intenção, pois trabalha
sobretudo na questão da preservação da Saúde Pública. Protege as pessoas,
protege as escolas, protege as creches, protege a comunidade das ações, das
emissões eletromagnéticas, as quais - está comprovado - causam males à saúde, causam
problemas às pessoas. Por isso, essa lei foi feita, e as empresas, as poderosas
empresas, aliás, que são campeãs em receber denúncia e reclamação na Delegacia
de Defesa do Consumidor, que são empresas poderosas e que não respeitam o
direito das pessoas e da comunidade, tiveram no sábado o dia limite para se
enquadrar na lei, sendo que aquelas que não se enquadraram serão recebedoras da
ação do Poder Público para que parem de causar dano à comunidade.
Eu quero dizer aos Srs.
Vereadores que é completamente equivocada essa idéia do Governo de aplicar
multa, porque elas não têm problemas em pagar multa, pois são poderosas. O
Governo tem de interditar as empresas que não estão cumprindo a lei, e nós
vamos representar junto ao Ministério Público para que a lei seja cumprida,
fazendo com que o Governo tome atitudes definitivas para a interdição dessas
empresas, porque, caso elas continuem operando, mesmo com multas, quem vai
pagar a conta com a Saúde Pública é a comunidade.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Todeschini, eu quero aproveitar para fazer uma homenagem ao
ex-Ver. Juarez Pinheiro, que foi o único que estudou realmente a estação de
radiobase.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: É verdadeiro, e é em nome do Juarez Pinheiro que
eu estou aqui fazendo este pronunciamento. Por isso, nós vamos, sim,
representar ao Ministério Público para que tome as atitudes, buscando a
interdição, porque, caso elas continuem operando, os danos à Saúde Pública vão
continuar existindo, e nós não podemos admitir isso, enquanto Casa que defende
os interesses da comunidade de Porto Alegre.
Ontem foi o dia 1º de maio, Dia
do Trabalhador, e eu tenho a lamentar a atitude do Governo Municipal, que, pela
primeira vez, em dezesseis anos, não liberou o passe, não deu passe livre no
dia 1º de maio. Não sei qual a motivação exata, mas foi quebrada uma tradição
de valorização de prestígio de reconhecer e colocar em alto relevo a
comemoração do dia daqueles que fazem e produzem a riqueza em nossa Cidade, em
nosso Brasil. E o passe livre, a gente sabe, é a possibilidade oferecida aos
trabalhadores, os que têm menor renda, para eles poderem ir ao Centro da
Cidade, poderem visitar os familiares, fazer o lazer, ir para as comemorações e
atos.
Hoje de manhã, nós tivemos uma
Audiência, aqui na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos,
presidida pelo Ver. Ervino Besson, em que ficamos muito sensibilizados com
relação à questão dos precatórios que não são pagos pelo Governo do Estado;
metade das pessoas que tinham direito a receber pequenas quantias, inclusive
para tratar da saúde, faleceram, infelizmente, e não receberam aquilo que
tinham para receber, porque este Governo praticamente não chegou a pagar 1%
daquilo que devia pagar em precatórios. Lamentavelmente, o Governo Rigotto não
vem cumprindo com o mínimo das determinações e obrigações legais.
Sensibilizou-nos por demais a questão de ver aquelas pessoas que dependem desse
recurso para, muitas vezes, garantir a sua casa, porque estão em tratamento de
saúde, estão prestes, de um lado, a não ver a Justiça cumprida, pelo
não-pagamento dos precatórios, e, de outro, a ver a Justiça retirando as suas
casas, como o caso que nos foi relatado.
Para concluir, Ver. Sebastião
Melo, o Presidente Lula recebeu o Brasil com 30 mil quilômetros de estradas
completamente degradadas, as quais estão sendo reconstituídas. São 30 mil
quilômetros que o ex-Ministro Padilha, do seu Partido, degradou completamente,
porque o investimento foi feito, mas o dinheiro nunca chegou nas estradas. São
30 mil quilômetros de estradas que começam a ser recuperadas, inclusive a BR
101, que está recebendo, agora, um investimento de dois bilhões de reais. As
obras, inclusive, já iniciaram. Isso é algo que estava sendo devido há trinta anos.
Portanto, temos tranqüilidade, sim, de dizer que este País está mudando, está
mudando de verdade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, faça-se justiça a
um Vereador que, lamentavelmente, está ausente da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, o Ver. Juarez Pinheiro, que fez um trabalho magnífico a respeito
da radiobase.
Hoje os Vereadores do Partido dos
Trabalhadores não querem ler jornal. Eu vou ler para eles o que diz o Ver. Beto
Moesch na página 2 do Jornal do Comércio. (Lê): “Nesta segunda-feira
começaremos a notificar as empresas de celulares; cerca de cem torres, das
quatrocentas antenas em Porto Alegre, não obedecem à legislação. Secretário
Beto Moesch, do Meio Ambiente.” Entre aspas, ameaçador.
Falar por falar, fala-se tanta
coisa neste País... Mas nós víamos que, quanto mais o Presidente ia à televisão
e quanto mais infelizes eram suas declarações, mais aumentava o seu prestígio.
Eu uso o verbo no passado, porque, conforme os títulos dos jornais de hoje,
está diminuindo também, e muito, assustadoramente, como diz a Folha de São
Paulo, o prestígio pessoal do Presidente Lula, porque o aumento dos juros do
Copom faz com que aquela expressão perigosa, jocosa, mas desgraçadamente
prosaica de um Presidente, de dizer que o brasileiro não levantava seu
traseiro, teve como resposta o medo do brasileiro, por todas as circunstâncias,
de levantar o traseiro. A reflexão é obrigatória, porque aqueles dez milhões de
empregos prometidos eleitoralmente estão avassaladoramente diminuindo e aumenta
o desemprego em São Paulo, na matriz, no centro de amostragem do processo
industrial brasileiro, e em todo o País recrudesce, para a nossa desgraça e
para o nosso desgosto.
E ontem, no Dia do Trabalhador,
se chorou o salário mínimo, lamentaram-se - no muro das lamentações - as
questões da reforma trabalhista, algumas delas, inclusive, reformas injustas e
inadmissíveis, mas que o Partido dos Trabalhadores vai propor, inclusive com a
perda dos direitos dos trabalhadores assegurados há mais de cinqüenta anos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, como já houve um conjunto de intervenções, eu não me recordo quem,
mas um Vereador comentou aqui que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Municipal de Porto Alegre fez uma reunião para discutir a questão do pagamento
ou não dos precatórios do Governo do Estado, e eu não entendi muito como é que
entrou na pauta da Comissão de Direitos Humanos de Porto Alegre!
Surpreendeu-me; numa Câmara que tem o poder de fiscalizar, de acompanhar o
Município, que é o nosso caso, o Município de Porto Alegre.
O Sr. Carlos
Comassetto: V. Exª permite um aparte?
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Eu não posso ainda dar aparte, Vereador, porque
nem comecei a explicar a minha idéia. Vossa Excelência me desculpe.
Posteriormente concederei.
Eu só quero dizer que estranho
muito que a Comissão de Direitos Humanos reúna-se nesta Casa para discutir a
questão dos precatórios do Governo do Estado, quando nós vimos, em vários
órgãos da imprensa, que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre herdou do
Governo passado um seriíssimo problema de falta de pagamentos, e a
Procuradora-Geral do Município, Drª Mercedes Rodrigues, denunciava que o
Município de Porto Alegre mantém abertos títulos de 2003 e 2004. No início da
gestão encontrou 121 determinações de pagamentos expedidas pela Justiça, a
maioria resultantes de desapropriações, somando um total de 2,5 milhões de
reais.
Eu acho que é importante dizer
ainda que a eficiência da Procuradoria-Geral do Município foi capaz de
enfrentar essa questão; e, em 124 dias de um novo Governo, a Procuradoria foi
capaz, com a agilização dos processos, de pagar 61 títulos, somando um total de
925 mil reais. Eu poderia ainda falar de inúmeros outros dados da falta de
pagamento das precatórias da Prefeitura Municipal de Porto Alegre nos anos
passados. Mas isso foi apenas para demonstrar a minha incompreensão de por que
não foi incorporada, no pedido de discussão de precatórias, a falta de
pagamento por parte da Administração passada, que deixou uma situação desse
tipo.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Obrigado, Vereadora, só para ajudá-la. Esta Casa foi procurada, e foi
procurado o Presidente Elói Guimarães, pois se tratam de precatórios
alimentícios. Essa é a questão. São sindicatos com base em Porto Alegre, e a
maior parte das pessoas já está falecendo sem receber. É uma situação de busca
de direitos humanos, uma vez que é classificado o tema pela Justiça...
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Eu só quero concordar com V. Exª no sentido de que
qualquer questão de direitos humanos, de precatórias, de consumidor, é justo
que a Comissão trate. Eu só não compreendo é a parcialidade do tratamento. Quer
dizer, o debate sobre o Governo do Estado é justo e legítimo! O debate sobre a
questão da dívida e o não-pagamento das precatórias herdadas no Município de
Porto Alegre não dizem respeito a esta Câmara? Dizem respeito, sim, Vereador! E
não é uma questão partidária, não! É uma questão de responsabilidade
institucional!
Eu queria, como o nosso tempo
aqui é sempre muito curto, além de fazer essa cobrança, que eu acho que é
legítima, reportar-me um pouco ao dia de ontem, o dia 1º de Maio. E me
impressionaram muito os dados publicados por uma pesquisa do IBGE, um órgão
oficial do Governo Federal, que tem um reconhecimento público pela sua história
e pelo enorme significado das suas pesquisas que subsidiaram, ao longo da
história, políticas públicas fundamentais neste País. O que me chamou a atenção
- e eu achei chocante - foi o fato de que, ao mesmo tempo em que se comemoram
os avanços da política econômica do Governo Federal, a pesquisa do IBGE mostrou
um crescimento do número de trabalhadores que ganham até um salário mínimo,
perfazendo, hoje, no Brasil, com esta crise real do pagamento da mão-de-obra
dos trabalhadores, 11,01%.
E, para concluir, Sr. Presidente,
esse dado mostra que o empobrecimento dos trabalhadores brasileiros não ocorre
da mesma maneira para todos, ocorre de forma mais aviltante para os negros e de
uma forma impressionantemente aviltante para as mulheres, que perfazem, hoje,
um total de 22,3% da parcela dos trabalhadores que ganham até um salário
mínimo. Eu acho que esse dado do IBGE nos coloca de prontidão, porque a questão
do pagamento de um salário justo se constitui também, evidentemente, numa luta
dos direitos humanos, da garantia dos direitos humanos de uma parcela significativa
do povo brasileiro. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias e também pela TVCâmara, eu saúdo a
todos. Digo o seguinte: “Aqui se faz, aqui se paga!” E digo isso porque, no ano
passado, em novembro, quando houve o jantar da escolha da Rainha da Festa do
Pêssego, no Amparo Santa Cruz, lá estive presente a convite do Sindicato dos
Produtores para a escolha da Rainha da Festa do Pêssego. Era uma festa pública,
e eu paguei o convite, quero deixar bem claro. Num determinado momento, este
Vereador e o então candidato a Prefeito desta Cidade, José Fogaça, fomos
praticamente expulsos do Amparo pela Presidenta da Associação de Moradores da
Vila Nova. E, naquela ocasião, eu disse: “As urnas darão a resposta para essa
atitude da Presidenta da Associação”, que, meramente, fazia parte do cerimonial
da festa. O Ver. Comassetto estava lá - e é uma pena que ele não esteja
presente, neste momento, no Plenário -, bem como o Ver. Todeschini. Eu não
estou mentindo, eu estou falando a verdade! E as urnas deram a resposta. Eu não
tenho raiva da Rosa, eu tenho é pena dela. E tenho pena das pessoas que andam
junto com a Rosa, porque ela só vê uma coisa na vida dela: é o PT; o resto não
existe no mundo!
E a segunda resposta aconteceu
ontem na Vila Nova. E eu vou aproveitar para parabenizar a comunidade da Vila
Nova pela vitória esmagadora da Chapa nº 2 sobre a Chapa nº 1, que era a da
Rosa. Foram 824 votos favoráveis à Chapa nº 2 e 426 votos para a Chapa nº 1.
Ora, uma Presidenta que diz ter feito tanto para a Vila Nova obter metade dos
votos?! (Palmas.)
Meu caro Ver. Comassetto, este
panfleto, aqui, tem mentiras! (Exibe panfleto.) E, se alguém duvidar, eu vou
provar que há mentiras, porque sou uma pessoa limpa, de cara limpa. Eu vou
citar uma delas: quem pagou a pavimentação da Travessa Marte, na Av.
João Salomoni - eu tenho as notas e vou trazê-las aqui, meu Presidente; eu vou
trazer as notas aqui, vou mostrar -, foi um empresário. Mas está aqui como obra
conseguida pela Associação de Moradores da Vila Nova, isso é uma mentira. E
tantas outras coisas aconteceram, “matei no peito” e não retruquei, mas ontem a
população deu a resposta.
O Sr. Carlos
Comassetto: V. Exª permite um aparte?
O SR. ERVINO BESSON: Ver. Comassetto, eu pedi um aparte no seu penúltimo pronunciamento, e V.
Exª não me concedeu. Portanto, com todo o respeito, eu não lhe vou conceder
apartes no dia de hoje.
A população, ontem, contou com a
presença de diversos Vereadores - agradeço aos Vereadores Luiz Braz, Dr.
Goulart, Ismael, Mário Fraga, Todeschini - e com a presença do Kevin Krieger, Secretário
de Direitos Humanos e Segurança Urbana. Pena que o Ver. Todeschini não está
presente aqui. O Ver. Todeschini é uma pessoa do Interior, um “gringo” que veio
de lá sem maldade. É uma pena que eu não tinha uma máquina ontem, para
fotografar a fisionomia do Ver. Todeschini. Um homem que foi diretor do DMAE,
eu o tenho destacado aqui várias vezes, foi um excelente diretor, mas, agora,
ele está sentindo que não se faz campanha nesse nível e nessa baixaria como
aconteceu lá. Parabenizo a comunidade da Vila Nova, vocês sabem o que querem e
mostraram isso ontem.
Não é fácil - todos nós
conhecemos, ou pelo menos participamos de associações de moradores, e votaram
quase 1.300 pessoas - mobilizar, num domingo bonito como o de ontem, quase
1.300 pessoas para votarem. O povo foi lá votar porque sabe o que quer. Foi a
segunda derrota esmagadora do PT em Porto Alegre, pelo menos no meu Bairro.
Porque o povo, o nosso eleitor, acompanha, de uma forma digna, o trabalho de
seus representantes. E a Vila Nova acompanhou; a prova está na eleição de
ontem, quando o povo deu a resposta nas urnas.
Portanto, Ver. Comassetto, vou
trazer aqui as provas para que a Câmara e as pessoas que nos assistem pelo
Canal 16 tomem conhecimento.
Quero parabenizar a Chapa nº 1,
que foi a vencedora: Presidente Wilson Estivalete e sua equipe, também o Luiz
Antônio Toscani Dornelles e sua equipe, que fez esse excelente trabalho, sem
ofensa, um trabalho digno e limpo. É assim que se trabalha junto com uma
comunidade, com uma política comunitária e não só vendo uma política
simplesmente partidária. A comunidade não quer mais isso, eles querem outro
tipo de política. Muito obrigado, meu caro Presidente, muito obrigado pela
atenção dos nobres colegas, queridos Vereadores e Vereadoras.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): A Verª Manuela d'Ávila está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. MANUELA
D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, primeiramente, como o tempo nos é sempre curto quando descobrimos e
redescobrimos assuntos para trazer a esta tribuna, eu gostaria de indicar às
senhoras e aos senhores que lessem o jornal Folha de São Paulo do dia de hoje,
que traz o depoimento de 36 militares que estiveram presentes na Guerrilha do
Araguaia e que revelam atrocidades cometidas. O que justifica mais uma vez a
necessidade de abertura dos arquivos da Ditadura Militar, quando nos deparamos
e tomamos conhecimento de violências tão grandes e tão profundas ao ser humano,
para além daquelas políticas que foram cometidas naquele período.
Eu ocupo este período de
Comunicações no dia de hoje, na realidade, para trazer outro tema a este
Plenário. Eu encaminhei na semana passada à Procuradora desta Casa uma
solicitação de um Parecer que me dê alternativas ao que pode ser feito, Ver.
Nedel, com relação à Comissão Especial de Políticas Públicas para a Juventude,
aprovada por consenso por este Plenário. Isso é evidente para todos os senhores
e senhoras que estiveram presentes nesta Câmara, neste plenário, na segunda-feira
passada, mas não são evidentes, não são claros para a juventude da nossa Cidade
os rumos e o futuro dessa Comissão.
Tivemos, no dia 20 de janeiro,
quatro Sessões Extraordinárias, nas quais debatemos a criação da Secretaria
Municipal da Juventude. Eu tenho aqui todas a notas taquigráficas da Sessão
(Mostra as notas taquigráficas.) que discutiu e aprovou a Secretaria da
Juventude. Na maior parte das falas e dos compromissos assumidos pelos Partidos
da base do Governo Fogaça está o compromisso assumido com a juventude da nossa
Cidade aprovando uma Secretaria da Juventude e fazendo desse espaço, dessa
Secretaria um órgão de permanente discussão e implementação de projetos para a
juventude. Está também o compromisso de trazer para esta Câmara esse debate e o
debate do Conselho de Juventude a partir da Comissão Especial de Políticas
Públicas para Juventude. Inclusive é um compromisso assumido pelo então
Vereador, hoje Secretário Mauro Zacher, quando disse que era direito desta
Câmara ter uma Comissão trazendo os anseios da diversidade da juventude desta
Cidade para dentro deste Parlamento. Nós temos o anseio de compreender
exatamente quais movimentações foram feitas neste Plenário e com quais
finalidades, porque uma das opiniões levantadas em relação à ausência de
Parlamentares na reunião de instalação da Comissão foi de que não havia
consenso nos nomes do Governo.
Pois bem, a Procuradora já se
manifestou verbalmente e vai se manifestar de maneira escrita a esta Vereadora,
que lhe solicitou, porque nós queremos saber se o fato real é a não-existência
de consenso no Governo - e nós respeitamos isso; aliás, alertei por diversas
vezes que esse consenso não estava construído - ou se é, como já me alertavam e
talvez ingenuamente eu não tenha acreditado nos que me alertavam, uma prova do
descompromisso com a Comissão Especial de Juventude, estava-se jogando para que
ela não existisse, por meio dos vácuos e dos vazios do nosso Regimento, que não
deixa claro o que acontece com uma Comissão se não há quórum na sua reunião de
instalação. Tentei, inclusive, conversar com o Prefeito José Fogaça, porque as
palavras foram empenhadas em seu nome neste plenário, e nós temos o compromisso
com a juventude.
A nossa Bancada do PCdoB, assim
como a do Partido dos Trabalhadores, ao aprovar a criação da Secretaria
Municipal de Juventude, ao aprovar verbas, mesmo sem o planejamento mínimo das
suas ações para essa Secretaria, quer ver exatamente de que lado está o Governo
Fogaça com relação à existência de fóruns de debate sobre políticas públicas
para a juventude neste Parlamento e se ele honra os compromissos assumidos
nessas extensas notas taquigráficas, as quais eu terei ainda vários dias e
vários momentos para ler e reler, com a certeza de que vamos instalar a
Comissão Especial de Políticas Públicas para Juventude. Esta foi aprovada por
consenso neste plenário, e não teremos que entrar com outro Requerimento e
fazer mais discussões, mais embates políticos para que os espaços da nossa
juventude sejam garantidos. A implantação da Comissão foi assumida pela
totalidade dos Vereadores desta Câmara, mas não foi cumprida na última semana.
Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO
PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC. N.º 2371/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 108/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que autoriza o
Executivo Municipal a instituir o Roteiro Turístico Oficial de Porto Alegre, objetivando divulgar o
potencial turístico da Capital.
PROC. N.º 2482/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 116/05, de autoria do Ver. Mario Fraga, que altera a redação do § 1º
do art. 1º da Lei n.º 7.076, de 04 de junho de 1992, que estabelece prioridade
de atendimento em todas as repartições públicas municipais, estaduais e
federais, estabelecimentos bancários e comerciais às pessoas idosas, às
portadoras de deficiência física e às gestantes, tornando obrigatória a
existência de postos de atendimento exclusivo a essas pessoas na proporção de
10% dos postos em operação.
PROC. N.º 2483/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 117/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que autoriza o Poder
Executivo a fornecer ou renovar alvarás provisórios aos estabelecimentos
localizados em áreas pendentes de regularização fundiária.
2.ª SESSÃO
PROC. N.º 2107/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
DO LEGISLATIVO Nº 014/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que cria o Conselho
Municipal de Cooperativismo Comunitário, visando implementar políticas públicas
na área de habitação para populações de baixa renda. Com Emenda n.º 01.
PROC. N.º 2287/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI
ORGÂNICA Nº 008/05, de
autoria do Ver. João Antonio Dib,
que altera a redação do § 2º e inclui § 3º no art. 91 da Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, que
trata da substituição do Prefeito no caso de impedimento do Presidente da
Câmara Municipal.
PROC. N.º 2372/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 109/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua
Walter Porto Filho um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro
Mário Quintana.
PROC. N.º 2449/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 111/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que denomina Rua Wilson
Tupinambá da Costa um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro
Belém Velho.
PROC. N.º 2486/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº
087/05, de
autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que concede o título honorífico de Líder
Comunitário ao Senhor Léo Humberto Berrutti Cadaval.
5.ª SESSÃO
PROC. N.º 2121/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº
081/05, de
autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que altera a Resolução n.º 1.178, de 16 de
julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), mediante o acréscimo de § 6º ao
art. 42, que estabelece norma para flexibilizar as atividades das Comissões
Permanentes.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, estou verificando alguns Projetos que estão tramitando em período
de Pauta.
Ver. Dib, que está retornando,
pois esteve doente por alguns dias: na semana passada, eu falei do seu Projeto
e sou favorável a ele, porque já criou uma situação aqui em Porto Alegre. No
impedimento do Prefeito, quem assume é o Vice-Prefeito; no impedimento do
Vice-Prefeito, quem assume é o Presidente da Câmara; no impedimento do
Presidente da Câmara, foi criado um mecanismo em que quem assume é alguém da
Procuradoria-Geral do Município. E o Ver. João Dib propõe - é interessante que
aqueles que nos assistem saibam o que V. Exª está propondo - que assuma, no
caso, o Vice-Presidente e assim sucessivamente.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Nobre Ver. Professor Garcia, o que aconteceu na Emenda da Lei Orgânica é
que na Comissão de Constituição e Justiça foi substituído o verbo “assumirá”
por “exercerá”. Só que não havia o verbo assumir, havia sido alijado, mas
fizeram.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Então acho que V. Exª vem preencher uma lacuna,
pois, realmente, cada vez que há eleições - principalmente quando ocorre
eleição para Prefeito, com a possibilidade do sistema atual de reeleição -, o
Prefeito não pode assumir, o Vice-Prefeito também não, o Presidente da Câmara
também não. Então ficam várias hierarquias que irão concorrer. Vossa Excelência
está proporcionando um leque maior, com o que este Vereador concorda.
Vou-me deter um pouco mais agora
no segundo Projeto, pois já falei na semana passada, e o Ver. Ismael também
esteve doente, não estava presente O Ver. Ismael está propondo a criação do
Conselho Municipal de Cooperativismo Comunitário, visando a implementar
políticas públicas na área de habitação para as populações de baixa renda.
Inclusive o Vereador coloca que ele será constituído de quinze membros: seis do
Poder Executivo Municipal, dois da Câmara, quatro de entidades comunitárias,
dois de classe ligada à construção civil e um do cooperativismo.
Ver. Ismael, na semana passada,
coloquei-me favorável à criação do Projeto de V. Exª, mas, ao mesmo tempo, não
consegui entender por que, por ocasião de um Projeto deste Vereador que estava
propondo a criação do Conselho Municipal da Juventude, V. Exª votou contra
devido a vício de origem, ou seja, um Projeto que deveria ser do Executivo - e
eu tenho essas notas que dizem que V. Exª votou contra. Não consigo conceber
que V. Exª vote contra um Projeto que tem vício de origem e ao mesmo tempo
apresente um Projeto que tem vício de origem. Vossa Excelência terá a oportunidade
de falar logo após a minha fala e tranqüilamente deve colocar isso.
O que tenho colocado aqui é a
questão da coerência, porque, em somente quatro meses, já é o quarto Vereador
que votou contra e apresenta um Projeto de iniciativa do Executivo. Então, o
que eu estou propondo - e eu acho que essa é a riqueza da temática aqui na Casa
- é a discussão. Por que o Vereador vota contra, defendendo uma tese e, ao
mesmo tempo, apresenta um Projeto com tese diferente? Nós temos que ser
coerentes, e é isso que a gente procura primar nesta Casa. Volto até a dizer
que muitas vezes as pessoas acham que não existe memória, existe memória, sim.
Só que eu não consigo conceber que, em menos de trinta dias, se vote contra um
Projeto por ter vício de origem e, ao mesmo tempo, se ingresse com um Projeto
de ordem semelhante mudando isso. Ora, fica muito difícil para este Vereador
entender, e é por isso que eu quero fazer cada vez mais a dialética para
entender. Porque são várias visões, e talvez eu possa entender um pouquinho
mais o porquê disso. Alguns já me disseram que foi uma solicitação do Governo.
Ora, uma coisa que eu tenho
aprendido é que temos de ser coerentes; as nossas posições devem ser as mesmas,
independentes de estar no Governo ou não. Porque senão nós vamos estar votando
sob uma ótica do casuísmo, e não é isso que se quer, não é isso que a população
entende, porque o Vereador, o Parlamentar, de maneira geral, é alguém que tem
que ter um norte e saber discernir. Agora, ficar conforme o contorno das marés,
dos ventos, é muito complicado! Eu volto a dizer: quero fazer sempre essa
crítica porque isso enriquece o debate e, com isso, vou tentar, pelo menos, me
elucidar. Não consigo entender que se vote contra e, ao mesmo tempo, se
apresente um Projeto. Mas este Vereador vai votar a favor da criação desse
Conselho. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
discutir a Pauta.
Primeiro, eu quero agradecer a Deus por poder estar
novamente aqui com a saúde em dia. Fiquei muito triste, Sr. Vereador, porque
mesmo doente acompanhei em casa a Sessão e me senti bastante atingido pelo
verbo usado por V. Exª, chamando este Vereador de... Falta-me a palavra.
O Sr. Professor
Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, eu falei só da “falta de coerência”.
Nobre Vereador, naquela ocasião,
nós votamos contra, seguindo um debate da governabilidade quanto ao Projeto que
solicitava o Conselho de Educação, principalmente, também, porque estava sendo
criada, naquele momento, uma Secretaria da Juventude; aliás, Conselho da Juventude.
E, no debate interno de Bancada, confidenciei isso a V. Exª, nós debatemos e
chegamos a um consenso de Bancada pela manutenção da rejeição do Veto. Nessa
questão, nada de incoerência. Eu não sou contra, de maneira alguma, à criação
de Conselhos, principalmente este que visa a colaborar com o Poder Público,
porque não existe uma Secretaria específica para tratar do cooperativismo.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ismael, nós, na
verdade, como Vereadores, não podemos fazer leis propondo a criação de
Conselhos, de Secretarias; nós estaríamos cometendo um erro, está lá no artigo
nº 94 da Lei Orgânica do Município. Mas V. Exª faz uma autorização, e essa
discussão de autorização foi feita, durante muito tempo, na Comissão de
Justiça, e todos os Projetos autorizativos eu sempre aprovei na Comissão de
Justiça. É claro que o mérito é discutido aqui no plenário, mas não tem como
rejeitar os Projetos autorizativos nas Comissões.
O SR. JOSÉ ISMAEL
HEINEN: Exatamente. Visa essa Comissão, nobre Ver.
Professor Garcia, principalmente a fomentar o cooperativismo na área de
habitação entre as comunidades, de acordo com a sua situação socioeconômica.
Todos somos sabedores de que
existe na Caixa Econômica Federal verba disponível para essa faixa da nossa
população, e, logicamente, os municípios que se anteciparem com projetos
viáveis terão, logicamente, a primazia de buscar esses recursos para batalhar
habitação - a casa própria para os necessitados da nossa Cidade. Logicamente que
ela haverá de ajudar uma seção que nós temos no DEMHAB, hoje, sobre
cooperativismo. A única coisa que nós temos no Município é o cooperativismo
autogestionário, que faz parte como um gabinete no DEMHAB. Eu acho de suma
importância agilizarmos, mobilizarmos a comunidade toda, buscarmos condições
para esse setor necessitado, de baixa renda, e depois, num segundo segmento,
até dez salários mínimos, com o PAR, com o crédito subsidiado, e, finalmente,
com um cooperativismo autofinanciado, no qual Porto Alegre é pioneiro. Há um
Projeto nosso, funcionando, lá na Cavalhada, agora pertencendo à Vila Nova. Que
nós possamos, juntamente com este Conselho, com esses Projetos, mais outros que
estão em andamento nesta Casa, com a Frencoop - Frente Parlamentar de Cooperativismo
-, fazermos uma política rápida e urgente, visando a diminuição do déficit
habitacional da nossa Cidade, que está em torno de oitenta mil habitações.
Era isso que eu tinha a dizer
sobre o Projeto. Agradeço a atenção dos senhores e peço a aprovação o quanto
antes. Quanto mais rápido, melhor para podermos aproveitar as verbas
disponíveis na Caixa Econômica Federal, principalmente para os setores de baixa
renda. Meu muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Ismael,
graças a Deus, Vereador, não tenho nenhum compromisso com a coerência. Só os
gênios mudam de idéia, e a mudança de idéia, na maioria das vezes, é uma
mudança que pode revolucionar a vida das pessoas, das comunidades e a vida do
mundo. Por isso houve revoluções, Verª Manuela, que mudaram a face do mundo.
A questão é o modo de produção.
Não existe mais modo de produção socialista, porque o Partido dos Trabalhadores
odiava a idéia de turismo. Turismo era coisa de burguês. Modificar o Porto? Não
podia ser, porque seria entregue aos empresários, e os empresários iriam querer
lucro, iriam querer emprego para as pessoas! Então, era proibido fazer o Porto.
Um dos lugares mais lindos de
Porto Alegre - não sei se a doutora conhece - se chama Morro da Extrema. São
três enseadas maravilhosas: a do Cego, a do Lami e a de Itapoã. Nessas
enseadas, se tivéssemos esse panorama em qualquer país europeu, ali estaria
feito um belvedere, ali estaria feito um hotel cinco estrelas, pela beleza
exuberante da natureza. Pois eles conseguiram botar uma lixeira lá! Eles odeiam
turismo, e esse ódio ao turismo é que fez com que se desmanchasse a Epatur e
que se transformasse a Epatur numa subseção, Ver. Sebastião Melo, da Secretaria
de Industria e Comércio. E hoje o turismo jaz quase morto, coitadinho, na UTI
do Gabinete do Prefeito.
Essa proposta, do Ver. Ismael, de
fazer o Roteiro Turístico Oficial de Porto Alegre é ótima, magnífica, mas
precisa, por trás disso, de uma estrutura da secretaria municipal de turismo,
que tem de ser criada, porque, a cada emprego criado no turismo, geram-se cinco
empregos indiretos. Então, essa resistência reacionária é ridícula e fora de
hora, extemporânea na questão do turismo, só porque os empresários vão ganhar
dinheiro com o turismo. Sentaram em cima dessa idéia, e o Porto dos Casais, até
hoje, jaz deserto e adormecido, pois impediram de fazer, no porto de Porto
Alegre, as pazes com o rio Guaíba, fazendo ali um dos lugares magníficos da
Cidade, devolvendo o Centro da Cidade para a sua população. Pois é essa idéia,
essa incompetência que temos de modificar.
Creio que Projetos como o do Ver.
Ismael, que propõe o Roteiro Turístico Oficial de Porto Alegre é talvez uma das
formas de abrir um caminho, um norte na área do turismo, criando a secretaria
municipal de turismo. Ela é indispensável, porque temos uma das cidades mais
lindas do mundo. Temos uma cidade que tem um rio belíssimo, colinas
maravilhosas, uma cidade que tem um povo extraordinário, uma miscigenação
fantástica, européia, do negro, do índio. E nós, simplesmente, cruzamos os
braços para o turismo, não criamos infra-estrutura e dizemos às pessoas que vamos
viajar para outros lugares, porque Porto Alegre não tem vocação para o turismo.
E isso é uma grosseira mentira; Porto Alegre tem educação, tem vocação para o
turismo. Além de ser magnífica, maravilhosa, da qual todos os forasteiros que
chegam aqui gostam, nós temos em Porto Alegre talvez um dos melhores locais de
desenvolvimento dessa relação magnífica, linda, cosmopolita, chamada turismo.
É por isso que precisamos mudar,
e a mudança tem de vir por intermédio das metas de um Governo em que uma
secretaria de turismo preencheria todas as necessidades mínimas do Poder
Público em relação a essa gente que vai vir nos visitar e que nós temos de
receber de braços abertos. Enquanto estivermos rejeitando essas pessoas, essa
repulsa da Cidade pelo turismo é uma repulsa da Cidade às pessoas.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, quero continuar fazendo o diálogo
sobre os Projetos aqui apresentados. Vou dar continuidade ao PLL nº 108/05, do
colega Ver. Ismael; depois vou referir-me ao Projeto também do Ver. Ismael
sobre o Conselho Municipal de Cooperativismo Comunitário, até porque, na semana
passada, usei esta tribuna para fazer o debate.
Em primeiro lugar, quero falar a
respeito do Projeto que autoriza o Executivo Municipal a instituir o Roteiro
Turístico Oficial de Porto Alegre. Se nós viermos aqui, em cada Projeto, de
cada Vereador, que for apresentado, querer fazer somente demarcação de quem fez
melhor, de quem fez e de quem não deixou de fazer, estaremos equivocados do
ponto de vista da discussão. Eu digo isso, porque o Ver. Sebenelo veio aqui e
cometeu há pouco uma injustiça. Se há alguém que tratou, dentro do Partido dos
Trabalhadores, que buscou motivação e implantou o desenvolvimento, ele está
aqui, é o Ver. Adeli Sell. Quando participou, quando coordenou a Secretaria
Municipal da Produção, Indústria e Comércio, ele levantou todo o envolvimento e
o fortalecimento do Escritório de Turismo de Porto Alegre. O Escritório de
Turismo continua. Achamos que tem de ser qualificado, é verdade.
E quero dizer que, quando se fala
de turismo, Ver. Ismael, fala-se da cultura de Porto Alegre, de sua história e
de seu território, e as propostas de turismo tratam praticamente dos
morros para o Centro da Cidade, da Cidade urbana constituída, e o restante de
Porto Alegre, a Zona Sul e o seu potencial precisam ainda ser incorporados.
Este Vereador é um aliado nesse debate não só para incorporar.
Quero dizer mais: no seu Projeto,
V. Exª coloca que, para poder se encaixar no Roteiro Turístico Oficial de Porto
Alegre, tem de estar qualificado com sanidade, com qualidade ambiental, com
lazer e tudo mais. E digo mais: no bairro Ipanema, que o Ver. Sebenelo conhece
muito bem, a praia de Ipanema era uma favela e foi devolvida à comunidade com
calçadão e reorganização.
Da mesma forma, o Lami, toda a
reestruturação que foi feita no Lami, Ver. Braz, foi para buscar a
qualificação. Está concluída? Podemos dizer que nenhuma Cidade no mundo está
concluída, que está tudo feito. Nós temos de, permanentemente, buscar a sua
qualificação, e Porto Alegre não é diferente.
O Sr. José Ismael
Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Agradeço a sensibilidade do nobre colega, queria complementar também: só não
podemos ficar atrás dessa corrida futura, dessa nova economia que é o turismo,
as divisas. Hoje, já para o Brasil, é a oitava; e Porto Alegre, pelas suas
condições, tem condição de ser uma de mais destaque de nosso País. É esse
objetivo, de termos esse Roteiro Oficial e fortalecemos o turismo, inclusive
com cultura da própria população porto-alegrense. Muito obrigado.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: E turismo se faz com marcas. Porto Alegre tem marcas
constituídas e construídas, seja do seu potencial de qualidade ambiental, seja
do seu potencial da Cidade da democracia internacional. Quem quiser, pegue os
dados só do uso do Aeroporto nos dois primeiros meses deste ano, aumentou 30%
em função de um grande evento construído e constituído aqui, que é o Fórum
Social Mundial. Isso é construir potenciais, construir referências para o
turismo.
Para concluir, Ver. Ismael, usei
esta tribuna a semana passada para dizer o seguinte sobre a sua proposta do
Conselho Municipal do Cooperativismo Comunitário: o seu Projeto tem, sim, um
fundamento que traz para a discussão potencializar o cooperativismo. Mas
alertava que ele se colide hoje ou sombreia-se com outras duas instituições já
existentes em Porto Alegre. Uma é o Comathab, Conselho Municipal de Acesso à
Terra e Habitação, que discute, justamente, os temas da habitação comunitária e
é composto por movimentos comunitários, composto por entidades de classe
sindicais, entidades de nível técnico, empresários, organizações
não-governamentais e cooperativas. Portanto a sua proposta hoje tem um
sombreamento em relação ao Comathab. E nós não devemos correr o risco de criar
entidades que fiquem competindo entre si. Portanto temos de aprofundar esse
debate para potencializar o papel do Conselho já existente hoje, Comathab, versus
a proposta que traz aqui o Ver. Ismael. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, vou falar a
respeito de dois Projetos que estão em 1ª Sessão de Pauta, os dois são do meu
colega, o ilustre Ver. José Ismael.
O primeiro Projeto é o PLL nº
108/05, que autoriza o Executivo Municipal a instituir o Roteiro Turístico
Oficial de Porto Alegre, objetivando divulgar o potencial turístico da Capital.
Parabéns, Vereador! Sem dúvida nenhuma, é uma excelente idéia, fala-se tanto em
turismo hoje. Muitas pessoas dizem: “Aquela nossa querida Porto Alegre”, mas
fazem viagens de turismo para outros países, não conhecem as belezas que há na
nossa Cidade. Bela idéia! Inclusive, Vereador, nós temos pontos turísticos
excelentes em Porto Alegre, e muitas pessoas não os visitam por causa da
insegurança. Vejam V. Exas. a brilhante idéia do Ver. Ismael. Vamos conhecer a
nossa Porto Alegre, não é, Ver. Todeschini? Vossa Excelência conhece bem a Zona
Sul de Porto Alegre, aquilo que a natureza colocou em nossas mãos, o nosso meio
ambiente, as nossas vertentes, as nossas áreas produtivas, as nossas
centenárias figueiras, extraordinárias figueiras desta Cidade, Ver. João
Antonio Dib. Fazendo uma visita na praça de Belém Velho, naquela região,
veremos aquela figueira na praça! O mundo precisa conhecer as belezas que temos
na nossa querida Porto Alegre.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Obrigado, Vereador. Concordo com V. Exª sobre a nossa bela e graciosa Cidade,
os nossos morros. Sobre Segurança Pública, a propósito, nesse momento, há um
ato de entrega de 89 viaturas por parte do Governador do Estado com recursos
financiados e repassados a fundo perdido pelo Governo Federal. Isso vem ao
encontro de equipar o Estado para termos mais Segurança Pública. Obrigado,
Vereador.
O SR. ERVINO BESSON: Muito bom, Vereador, bela notícia. Inclusive naquela região temos o
Santuário. Quem não conhece o Santuário?! É lindo! Um ponto turístico com um
excelente visual; as pessoas terão condições de visitar o nosso Santuário lá no
morro da Glória, indo para Belém Velho, também dá para ir pela Av. Oscar
Pereira, há um excelente acesso para conhecerem aquela riqueza que é o
Santuário. O pessoal tem condições de, em cima do morro, ver uma grande parte
da nossa Porto Alegre. Bela notícia esta, Vereador, segurança para a nossa
Cidade. Acho que nós temos que ter a consciência de destacar a notícia que o
Ver. Todeschini trouxe, o Governo Federal liberando recursos para que o Governo
do Estado consiga comprar mais viaturas para a nossa Segurança. Coisa boa!
Parabéns! Acho uma notícia excelente para a nossa Porto Alegre.
O segundo Projeto, também do Ver.
Ismael, autoriza o Poder Executivo a fornecer ou renovar alvarás provisórios
aos estabelecimentos localizados em áreas pendentes de regularização fundiária.
Áreas irregulares que estão em período de regularização fundiária, e as pessoas
não conseguem alvará. É um inferno para conseguirem um alvará. A pessoa não tem
como trabalhar, não tem segurança - a fiscalização tem que cumprir o seu dever,
multar -, mas as pessoas não conseguem o alvará, porque são áreas irregulares.
E o que o Vereador quer? Que seja fornecido a esses estabelecimentos um alvará
provisório. É isso aí. Vamos fornecer um alvará provisório, para que essas
pessoas consigam trabalhar de uma forma mais confortável, de uma forma mais
tranqüila, para que sejam regularizadas essas áreas.
A Srª Maristela
Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Obrigada pelo espaço, Ver. Ervino, talvez a gente não soube publicizar
o necessário, mas, durante o período em que o Secretário Edson Silva esteve à
frente da SMIC, na metade do ano passado, foi assinado um Decreto em que todas
as áreas com estabelecimento irregular poderiam emitir e solicitar o
provisório. Portanto, já está em prática e vem ajudar no projeto de
solicitação. Apesar do vício de origem, é um belo Projeto, e o mérito é
importante.
O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Vereadora.
Vamos ajudar a formalizar, a
oficializar; inclusive, trata-se de uma idéia que defendemos no período em que
o Ver. Adeli Sell foi o Secretário da SMIC. Portanto, vamos unir as nossas
forças, Vereadores desta Casa, para agilizarmos a brilhante idéia do Ver.
Ismael. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Encerrada a Pauta.
O Ver. Mario Fraga está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, usando o
período de Liderança, para o qual nosso Partido, que tem seis componentes, faz
um sistema de rodízio, através da nossa Liderança, o Ver. Dr. Goulart,
aproveito para falar sobre alguns temas.
O primeiro deles, não está na
Pauta, é sobre a Comissão Especial da Juventude. Quero dizer à Verª Manuela
que, da minha parte em especial, deste Vereador que está começando os novos
trabalhos nesta Casa, não foi montado nada contra a criação dessa Comissão.
Quero repetir, Vereadora: deste Vereador, não foi montado nada para que não
saísse a Comissão. Inclusive estamos abertos, se a Casa der por encerrado o
assunto, para que a gente possa conversar numa nova tentativa, Ver. Carrion. E
tenho certeza de que é o pensamento de toda a Bancada do PDT, não houve um
complô.
O segundo tema diz respeito ao
Programa Integrado Entrada da Cidade, o PIEC. Hoje o nosso Governo Fogaça
assinou o contrato para a construção de 3.063 unidades habitacionais no
Programa Entrada da Cidade. Então, para nós que estamos começando com o Governo
Fogaça, achamos muito importante a construção de 3.063 unidades habitacionais
que o outro Governo, sim, vivia dizendo que ia fazer, ia fazer e não fez.
(Manifestação anti-regimental da
Verª Maristela Maffei.)
O SR. MARIO FRAGA: Vossa Excelência fez um manifestação sem consentimento, não há motivo
para dar consentimento neste momento.
O PIEC foi assinado, as 3.063
casas vão sair; a Vila Nazaré, a Vila Dique vão ser contempladas e muitas
outras coisas que ficaram pendentes - estamos tratando na Comissão de Habitação
e Urbanismo, com o Presidente Ver. Raul Carrion. Este Governo que tem apenas quatro
meses e cento e vinte dias está, sim, trabalhando muito em prol da habitação de
Porto Alegre.
Outro assunto é da nossa
comunidade, a da Vila Nova. Ontem tivemos, sim - o Ver. Ervino já esteve aqui,
já falou, já comunicou -, uma vitória brilhante, em que, numa associação de
moradores - amigo Passo Fundo que nos ouve com atenção -, votaram 1.274
moradores. Numa associação de moradores, votarem 1.274 pessoas, isso é para ver
como é importante essa Associação. Nós, da Bancada do Governo, que estávamos apoiando
a Chapa nº 2, vencemos a eleição: dois votos por um.
Então, eu queria parabenizar
aqui, em especial, o Ver. Ervino, que tomou a frente ontem, na Vila Nova, dessa
mobilização. Parabenizo os Vereadores Ismael, Dr. Goulart, Luiz Braz; o
Secretário Kevin Krieger; diversos assessores, entre eles o do Ver. Brasinha;
Ver. Sebastião Melo. Este Vereador estava lá participando diretamente na chapa
de oposição. Parabenizo também o Sr. Wilson Estivalete, Presidente; o Tenente
Nunes, Vice-Presidente; o Sr. Roni, Tesoureiro; o Sr. Elton Fraga, Secretário.
O Sr. Elton Fraga é meu irmão,
trabalha nesta Casa. Infelizmente, há um Projeto nesta Casa sobre nepotismo, e
aí eu diria, Verª Manuela: quem trabalharia como ele, que passou uma semana lá,
passou a noite trabalhando? Quem eu poderia colocar de mais confiança do que o
meu irmão para trabalhar nessa comunidade? Ninguém! Mas são coisas, são
conseqüências da vida. Eu não estou defendendo, só estou dizendo. Até porque a
maioria deste Plenário conhece o trabalho do meu irmão, sabe que ele está junto
comigo há mais de quinze anos.
O Secretário da FASC, Sr. Nilo
Santos, também estava lá, ajudou-nos muito, tive o prazer de conversar com a
mãe dele. O Sr. Amancio Ferreira, Presidente da Associação de Moradores do
Jardim Vila Nova, nos apoiou intensamente junto com toda a sua equipe. Então,
eu queria dizer que para nós foi muito importante a vitória que tivemos lá.
Queria enunciar à Bancada
oposicionista que fizemos um convite ao Dr. Nelcyr Tessaro, para que ele, na
próxima quinta-feira, esteja na Casa a fim de relatar sobre o Programa Entrada
da Cidade. Muito obrigado e um abraço a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, amigos e
pessoas que se encontram nesta Casa Legislativa, telespectadores do Canal 16,
pela Net, nos acompanhando: hoje à tarde estivemos - este Vereador, o Ver. Raul
Carrion, a Verª Clênia Maranhão e Secretários - com o Prefeito na assinatura do
contrato do Programa Integrado Entrada da Cidade, foi um momento de muito
orgulho e honra para todos nós. O Prefeito, no seu discurso, disse que o órgão
financiador destinou 27 milhões de reais para o PIEC, e, em contrapartida, o
Município teria de entrar com igual valor para esse grande complexo
habitacional Entrada da Cidade. É verdade que o Governo que saiu havia feito
toda a negociação, mas este Governo deu continuidade àquilo que foi feito, e
diziam aqui alguns Vereadores: “Que presentão vocês ganharam do nosso
Governo!”. É bem verdade que o Governo que saiu deixou um grande presente, um
presente de grego. Isso é verdade.
Eu estive, na última
quinta-feira, nesta tribuna, sucedi a Verª Sofia Cavedon, que disse que o atual
Governo não tem criatividade. E, nessa oportunidade, eu falei, aqui desta
tribuna, a respeito de que tipo de negociação o DEMHAB, quando estava sob a
administração do Governo que saiu, do PT e seus aliados, fez. Hoje eu trouxe
comigo - porque a Verª Sofia Cavedon disse que, quando a gente fala, tem que
trazer provas e não ficar só falando de boca - vários documentos, inclusive um
dos documentos é um contrato assinado pelo Sr. Ministro da Educação, Prefeito
na ocasião, que pode ser legal, mas é totalmente imoral. Eu tenho comigo aqui,
senhores, várias manifestações, por escrito, de órgãos, de associações, de
conselheiros. Entre eles, há uma manifestação dizendo, na ocasião, que era
contra esse tipo de contrato que estavam fazendo, porque um conjunto
habitacional inacabado não poderia passar de 0.6, 0.5 o CUB para 1.2, sendo
supervalorizado.
Eu quero deixar bem claro, a
despeito da dívida que o Governo anterior deixou. A sociedade precisa saber,
porque é muito fácil dizer: “Vamos governar, vamos olhar para frente”. A Cidade
precisa saber o que eles deixaram lá atrás, as bombas com efeito retardado para
explodir no meio do caminho de quem vai para frente.
Então, nós precisamos fazer o
Governo, tocar o Governo e desarmar as bombas. Uma das bombas é pagar uma
dívida de quase trezentos mil reais todos os meses. O senhor munícipe que nos
assiste saiba que a Prefeitura já pagou 120 prestações e ainda faltam 180,
talvez 184 prestações. E, quando terminarem essas trezentas prestações, nós
teremos pago, senhores, oitenta milhões de reais de uma dívida que não era do
Município. Quando valorizaram o CUB para beneficiar a Guerino, uma empresa
falida, o problema não era da Prefeitura. A Prefeitura assumiu uma dívida, e,
na ocasião, faturaram, com abuso de autoridade, colocando o CUB nem a 0.5 e nem
a 0.6. A Prefeitura se colocou como fiadora da situação, e aí a conta foi para
27 milhões de reais. Desses 27 milhões, já foram pagos 31 milhões e ainda estão
devendo 50 milhões.
Eu quero dizer aos senhores que
tenho muitos documentos aqui de associações, manifestações de pessoas que
condenam o que o Governo anterior fez, consumindo grande parte dos recursos do
Município, impostos que o munícipe paga. E aí eles vêm aqui na frente falar
dessa situação, embora não tenham moral para isso. Então, quero deixar
registrado - sou vice-Presidente da CUTHAB - que não concordo com o que foi
feito. Deixo aqui o meu protesto, em nome dos nossos companheiros da CUTHAB,
Vereadores Mario Fraga, Ismael e Brasinha. Tenho os documentos aqui que
comprovam e que dizem que foi um péssimo negócio. (Exibe os documentos.)
Criaram um “câncer” econômico para o Município, e isso foi uma coisa errada que
jamais deveria ter sido feita pelo Governo que saiu.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. SEBASTIÃO MELO
(Requerimento): Sr. Presidente, tenho duas questões a suscitar.
Primeiro, eu gostaria de saber onde anda o recurso que este Vereador impetrou
relativo àquela decisão de plenário sobre a questão da contagem de votos. A
minha assessoria anda atrás desse recurso há três dias e não o encontra. Quero
saber onde está esse recurso. Essa é a primeira questão.
Segundo, Presidente, gostaria de
requerer a V. Exª que me fosse fornecida ainda nesta Sessão, capa a capa, a
origem da reunião da Comissão de Direitos Humanos para tratar de precatórios,
porque, até prova em contrário, quem trata de precatórios é a Comissão de
Finanças. O Presidente da Comissão me informa que ele não convocou reunião com
essa finalidade, e eu gostaria de saber, até porque, se eu tiver alguma matéria
dessa natureza ou outra matéria, como vou encaminhar para a Casa debater? Eu
estudo esse Regimento razoavelmente e quero entender o embasamento dessa
questão. O Presidente da Comissão está dizendo que ele não convocou, eu gostaria
que trouxessem os documentos para análise, para que eu pudesse, depois, emitir
o meu conceito sobre isso.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Ver. Sebastião Melo, quanto à primeira questão, vou
mandar verificar imediatamente; quanto à segunda questão, acho que temos que
ouvir o Presidente da Comissão de Direitos Humanos, se ele convocou ou não
convocou, o que na realidade aconteceu, pois a reunião foi feita fora do dia
das Comissões, e a Casa, realmente, precisa saber desses detalhes.
O Ver. Ervino Besson, Presidente
da Comissão, está com a palavra.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, no primeiro dia, quando assumi a Presidência da
CEDECONDH fui claro: eu deliberaria, na Comissão, qualquer evento, qualquer
convite juntamente com todos os Vereadores e Vereadoras que pertencem à
Comissão. Só que essa Audiência Pública, essa reunião extraordinária da
Audiência Pública que houve no dia de hoje não foi deliberada pelos Vereadores
da Comissão.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Foi Audiência Pública ou audiência da Comissão?
O SR. ERVINO BESSON: Foi Audiência Pública.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Não, Audiência Pública tem de ser publicada, tem de
ser...
O SR. ERVINO BESSON: Foi uma Audiência Pública.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Peço que V. Exª se informe junto à Secretaria da
sua Comissão para ver os detalhes de quem solicitou essa reunião na Comissão.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Vereador, o Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães, está a
par de todos os acontecimentos, do desenrolar dessa Audiência Pública no dia de
hoje.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Audiência Pública? Então é mais sério, eu gostaria
de saber os detalhes sobre essa convocação. O Ver. Todeschini desistiu? A Verª
Maria Celeste está com a palavra.
A SRA. MARIA CELESTE: Eu posso esclarecer esse segundo pedido de esclarecimento do Ver.
Sebastião Melo. Todos os Vereadores receberam do Sr. Presidente desta Casa,
Ver. Elói Guimarães, a cópia da solicitação da Audiência Pública do Sindicato
dos Portuários, no sentido de que essa Audiência fosse realizada pela Comissão
de Diretos Humanos e Defesa do Consumidor e, também, pela Comissão de Finanças
e Orçamento. Ocorre que esta Vereadora, juntamente com o Presidente da nossa
Comissão, foi conversar com o Presidente Elói Guimarães, e ele autorizou a
Comissão de Direitos Humanos a realizar a Audiência Pública. Ele deferiu, isso
aqui aconteceu, o Presidente da Casa tem anuência sobre todas as questões
colocadas, e nós organizamos então essa Audiência Pública. Aliás, o Presidente
da nossa Comissão organizou a Audiência para hoje de manhã, em que todos os
Vereadores, membros da Comissão de Direitos Humanos, foram colocados a par,
convocados para a reunião. Foi um procedimento extremamente normal, nós realizamos
a Audiência Pública não no dia da Comissão, porque não havia plenário
disponível, não havia lugar disponível, agenda disponível de espaço. Foi
exatamente isso que aconteceu, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Ver. Sebastião Melo, já requeri à Diretoria
Legislativa que traga todo o Processo para que V. Exª tenha essa informação.
O SR. SEBASTIÃO MELO:
Sr. Presidente, veja bem, eu quero ir até esse
limite, nós temos um Regimento na Casa, nós temos um procedimento. Isto aqui
não é “casa-da-mãe-joana”! Isto aqui não é “casa-da-mãe-joana! Isto aqui tem
que ter procedimento. Não há nenhum problema. Se há um Vereador que gosta do
debate, sou eu. Eu sou do Partido do Governador Rigotto, se soubesse dessa
Audiência, gostaria de ter estado lá. Não fui comunicado sobre ela. E gostaria
de saber se foram tratados os precatórios do Governo Olívio Dutra, que não
pagou nenhum! Não pagou nenhum! E não foi tratada uma vírgula sobre isso!
Então, isso não é sério!
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Ver. Sebastião Melo, já mandei buscar o Processo
para que V. Exª tenha essa informação. Vou passar, novamente, a palavra à Verª
Maria Celeste, e será a última intervenção sobre esse assunto, porque acho que
esta Presidência já vai atender à solicitação do Ver. Sebastião Melo.
A SRA. MARIA CELESTE:
Ver. João Carlos Nedel, estou de pleno acordo com o
Ver. Sebastião Melo, isto aqui não é “casa-da-mãe-joana”! Em todos os momentos
a Comissão usou o Regimento desta Casa. Nós, junto com o Presidente desta Casa,
cumprimos rigorosamente o Regimento estabelecido aqui! É, sim, prioridade das
Comissões encaminharem as Audiências, as solicitações que são encaminhadas às
Comissões. Se outras Comissões não quiseram se agregar, não é problema da
Comissão de Direitos Humanos! Em segundo lugar, acho que o Ver. Sebastião Melo,
como todos os demais Vereadores, deve olhar a agenda dos eventos desta Casa,
que sai na Internet.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Muito obrigado, está encerrado esse assunto. Daqui
a pouco, vou transmitir ao Ver. Sebastião Melo as informações.
(Manifestação do Ver. João
Antonio Dib.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Se for sobre esse assunto, declaro encerrado,
porque vou dar informações ao Vereador requerente, a não ser que V. Exª tenha
outro Requerimento.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB (Requerimento): Eu gostaria que V. Exª me mostrasse onde aparece a
Comissão de Finanças endossando essa tal de Audiência que aconteceu. Eu,
Presidente da Comissão de Finanças, não assinei nada. Perguntei para o Vice-Presidente,
este me respondeu que também não assinou. Então, eu não sei quem é que fez. Eu
quero que V. Exª me mostre o Requerimento da Audiência Pública ou a assinatura
da Comissão de Finanças.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Ver. João Antonio Dib, eu vou lhe dar cópia do
Processo para as suas providências.
A Verª Mônica Leal está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, ocupo
esta tribuna para fazer um esclarecimento ao povo da cidade de Porto Alegre:
por que os Telecentros estão fechados?
Quando o Governo Municipal
assumiu a responsabilidade sobre o problema dos Telecentros, fez uma análise
criteriosa dos convênios e processos administrativos. Para a nossa surpresa, a
situação era pior do que imaginávamos. Ressalto que 17 dos 34 Telecentros não
tinham convênio, sendo que o art. 60 da Lei nº 8.666/93 é claro quando
preconiza que não pode haver “contrato de boca”. Alguns Telecentros vinham
recebendo serviços da Prefeitura, no caso, conexão de Internet, material de
rede lógica, sem convênio, o que é totalmente ilegal.
As prestações de contas aprovadas
eram completamente irregulares e desrespeitavam os preceitos da Administração
Pública - Lei nº 8.666/93. Os repasses às instituições eram pagos sem que
houvesse a prestação de contas, mesmo irregular. A forma pela qual se
realizaram os convênios colocava as entidades que recebiam o Telecentro em
conflito com a legislação trabalhista, já que não existe a modalidade de bolsa.
Ou seja, até existia uma cláusula que dizia que a responsabilidade dos encargos
sociais corria por conta da proponente, porém nunca houve uma cobrança das
guias de recolhimento, nem mesmo uma explicitação, já que todos, exceto o
Telecentro da Lomba, no CPCA, desconheciam a vulnerabilidade em que se
encontravam.
A dotação orçamentária só previa
a manutenção do programa até março de 2005. A partir daí, seria necessário ou
aditivar o convênio, o que não fizeram, para que fosse possível regulamentar
todos, ou reconveniar, que foi a opção adotada. Porém, em carta enviada no dia
3 de fevereiro, solicitaram a documentação necessária, dando o dia 28 de
fevereiro como data limite para entrega no dia de uma reunião. Realizamos a
reunião, porém nenhuma entidade entregou a documentação em conformidade. O
prazo foi prorrogado para 15 de março, salientando-se que não seria possível
fazer repasses sem que houvesse convênios.
Hoje estamos em 2 de maio, e
somente duas entidades estão com a documentação entregue e aptas a conveniarem.
Sendo assim, Ver. Comassetto, não há maneira legal de se fazer o repasse. Dessa
maneira, as entidades optaram por suspender as atividades até que se
regularizassem todas as questões legais referentes aos convênios. A Secretaria
Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana pretende, até o final deste
mês, reconveniar as entidades que já possuíam convênio e regularizar as que se
encontravam sem convênio, ou seja, em situação irregular, inclusive o
Telecentro do Mercado Público reabrirá ainda em maio, oferecendo uma nova
proposta, que é parte do novo modelo a ser implementado em parceria com o
Sebrae, voltado para os micros e pequenos empresários da região central de
Porto Alegre.
Eu finalizo, Vereador, dizendo
que toda nota de jornal, principalmente para quem é jornalista é importante
apontar, tem dois pontos. (Mostra recorte de jornal.) O Ver. Comassetto leu só
o principal. Embaixo, havia o contraponto, no qual a Prefeitura e a Secretaria
explicavam os motivos. Eu recomendo que os Vereadores leiam, é pequeninho o
contraponto da Prefeitura, a sua defesa. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nesse
sábado, dia 30, foram comemorados os trinta anos da vitória do povo vietnamita,
liderado pelo Partido Comunista do Vietnã, contra a potência imperialista dos
Estados Unidos, causando a maior derrota que o Império do Norte já sofreu até
hoje. Os que acompanharam aquele momento lembram os soldados norte-americanos
desesperados, dependurados nos helicópteros, fugindo do avanço das tropas
populares do Vietnã. As tropas dos Estados Unidos assassinaram mais de quatro
milhões de vietnamitas, lançaram um milhão de toneladas de bombas por ano, mais
do que em toda a 2ª Guerra Mundial; lançaram agente laranja, envenenando o
solo; mataram as pessoas, incendiadas com bombas napalm; mas nada impediu a
vitória do povo vietnamita.
Hoje o Vietnã é um país em
reconstrução, com os maiores ritmos de crescimento do mundo, de 7% a 8% ao ano,
inferior unicamente ao crescimento da China, que há vinte anos constrói o
socialismo com ritmo de crescimento de 9% a 10% ao ano, tendo, nos últimos
vinte anos, segundo a ONU, tirado da miséria mais de duzentos milhões de
pobres.
Por isso, só podemos debitar ao
profundo obscurantismo, reacionarismo e desconhecimento as afirmações de alguns
de que o socialismo acabou, de que a única alternativa é o capitalismo. Essas
pessoas precisam ler jornal ou pelo menos o Reader’s Digest, que é o que
tem de mais elementar na informação. Dizer que a única alternativa para a
humanidade é o capitalismo é dizer que a última alternativa é a guerra, é a
miséria, é a opressão, é a exploração, é a droga, é a criminalidade, é a
prostituição. Os povos do mundo não estão dizendo isso, os povos do mundo, nas
grandes lutas antiglobalização, estão dizendo “não” a esse capitalismo
decrépito, neoliberal. Na América Latina os povos estão dizendo “não” ao
neoliberalismo, na Argentina, no Uruguai, no Brasil, no Equador, na Venezuela.
Portanto, só os desinformados podem dizer que a única alternativa, Ver. Mario
Fraga, é o capitalismo. Pior que alguns se dizem sociais-democratas, esquecem
que a social-democracia foi uma tentativa de alternativa ao capitalismo, pelo
menos um caminho intermediário. Mas hoje já largaram tudo, Ver. Fraga. Nós,
socialistas, trabalhistas, acreditamos num outro mundo, de dignidade, de
liberdade, de prosperidade para os pobres.
Trago a segunda questão. É
importante que todos os Vereadores, na medida do possível, leiam as matérias
que têm saído no jornal Folha de São Paulo: “Vietnã brasileiro foi o Araguaia”.
Aqui estão as bárbaras torturas, assassinatos de prisioneiros que, infelizmente,
setores do nosso Exército cometeram na década de 70. Não terei tempo de ler no
dia de hoje - trataremos isso numa outra Sessão -, mas trago somente alguns
pedacinhos (Lê.): “Batiam neles com uma espécie de borduna preparada com folhas
de babaçu. As paredes eram espirradas de sangue. Apanhavam e ainda tinham que
cantar. Era assim: ‘É um tal de bate-bate, é um tal de pula-pula’. A velhinha
foi muito humilhada também. Botaram ela dentro de um buraco cavado no chão.
Passou a noite toda, chovendo. De manhã, tiraram a velha toda encarquilhada. O
que foi feito dela eu não sei.”
Há mais: “Era batendo com cipó,
choque, fio ligado na orelha. Botava o cara no chão e passava com a caminhonete
por cima, o sujeito no meio, vendo a roda passar do lado da cabeça. [....] O
Exército brasileiro humilhou, espancou e deu choques elétricos em guerrilheiros
e colonos; fuzilou e decapitou inimigos rendidos. [....] Era quando a pessoa
tinha medo de falar. Ela continuava apanhando, continuava a tortura, até ficar
escornada, vazando sangue pela boca, pelo ouvido”.
Espero que a sociedade brasileira
se aperceba, conheça o barbarismo que aconteceu. Nós não acusamos as Forças
Armadas como instituição, mas aqueles bárbaros que, em nome da defesa da
Pátria, da defesa à democracia, cometeram os piores crimes que já aconteceram
na humanidade, assim como o império norte-americano fez no Vietnã e sofreu a
sua derrota histórica.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O seu tempo se esgotou.
O SR. RAUL CARRION: Em outra ocasião seguiremos falando desses assuntos. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Obrigado, Vereador. Solicito a abertura do painel
eletrônico para ingressarmos na Ordem do Dia.
(Intervenção fora do microfone.
Inaudível.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Solicitei, informei, pedi por favor; esse
procedimento dos Srs. Líderes não corresponde. Vou permitir que V. Exª use a
palavra para uma Comunicação de Líder, mas, por favor, nós temos de ter
critérios.
A Verª Maristela Maffei está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Sr. Presidente, é dentro desses critérios, sempre
que a gente está na Mesa... O volume está baixo, parece que antes estava tão
alto. Obrigada, eu quero ter o mesmo eco nesta Casa com essa entonação de voz,
apesar de ser minoria. Só solicito, Sr. Presidente, com todo o respeito, que
sempre haja um tempo entre um segmento e outro para que ninguém saia
prejudicado, porque isso é regimental, o direito é igual a todos.
Gostaria de comunicar a esta Casa
e também dizer ao Ver. Sebastião Melo - já dando boa-tarde aos Srs. Vereadores
e às Sras Vereadoras - que a reunião que houve hoje, pela manhã, foi
aberta e presidida pelo Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães. Afinal de contas,
oito mil precatórios são aqui de Porto Alegre! Então, tem a ver, sim.
O som está um pouco baixo, eu
gostaria que a minha voz ecoasse melhor nesta Casa, estou sentindo que o som
está muito baixo. E eu gostaria que V. Exª preservasse meu tempo, Vereador.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O som está para todos. Pode levantar, Paulinho?
Pois não, Vereadora.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Obrigada, Sr. Presidente.
O Estado do Rio Grande do Sul tem
um bilhão e seiscentos milhões de precatórios, sendo a maior parte em questões
alimentares, Ver. Carlos Todeschini. Enquanto que os do Município são
precatórios indenizatórios. Só para os trabalhadores portuários são 130 milhões
de reais, que envolvem 18 mil precatórios, entre Porto Alegre, Pelotas e Rio
Grande.
A democracia, senhoras e
senhores, comporta essas coisas; como comporta, por exemplo, ganhar ou perder
uma associação de moradores, como aconteceu na Vila Nova. Eu gostei muito da
atitude do Líder do PDT quando colocou que lá havia duas chapas concorrendo,
sendo que uma delas tinha todos os Partidos que compunham o “Partido da
mudança”. Portanto, eu quero parabenizar a Chapa nº 1, que foi muito bem em
relação a um poderio como esse. Faz parte da democracia. Parabéns.
Agora, eu também queria dizer,
dentro desses parabéns, que, quando pessoas do nosso Partido exerciam Cargo de
Confiança em algum lugar, era um crime porque era CC. E aqui foi dito pelo
Vereador Líder do PDT que havia CCs trabalhando no final de semana - e pagos
com o dinheiro público!
(Manifestação anti-regimental do
Ver. Mario Fraga.)
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: O Vereador está um pouco exaltado, eu não sei o
que está acontecendo nesta Casa hoje à tarde; estão exaltados. Eu estou
exercendo o meu direito, enquanto Líder da Bancada do PT. Porque são maioria,
acham que, com gritos, vão calar a nossa voz.
Nós, agora, estamos discutindo lá
na Assembléia Legislativa, está lá o Deputado Federal Dr. Alceu Collares, junto
com o Dr. Jair Soares, discutindo a questão dos precatórios. Quer dizer, qualquer
coisa em que a gente tomar frente parece um crime. O fundamentalista de direita
da política, que eu sei que não é de todos, está na cabeça de algumas pessoas.
E isso não faz bem para ninguém, isso não faz bem para a sociedade. Temos que
nos recompor, enquanto postura parlamentar, Ver. Luiz Braz. Eu sei que daqui a
pouco, porque eu me inscrevi...fica sempre naquela reunião das 9h no Paço
Municipal, estabelece-se um percentual, isso é uma democracia natural. Mas só
para as pessoas saberem, as que acham que o PT não vai rebater as críticas do
que vem posteriormente, isso é uma manobra de Plenário. Eu vou repetir isso
todos os dias aqui, como é que as coisas se dão nesta Casa.
E o Governo Federal está
entregando hoje ao Governador Rigotto - tomara Deus que a tolerância zero não
acabe também com essa nossa conquista - várias viaturas para a Susepe, para a
Polícia Civil. E tomara Deus que isso, diante da postura de sair dando tiro ou
usando o carro para correr atrás, às vezes, de cidadãos e cidadãs honestas, não
se volte contra a população.
Está terminando o meu tempo, e eu
gostaria, na próxima vez em que me manifestar, de ler o que o Governo Federal
faz de investimentos na área da Saúde. É claro que faz pela obrigação de ser um
Governo Federal, mas não faz como o Governador Rigotto, que, em vez de ter uma
opção de pagar os precatórios, o que ele faz? Passa dinheiro. Um bilhão e
seiscentos e tantos milhões para o Gerdau. Pobrezinho, né? Isso é uma questão
de opção, não é, Ver. João Dib? Fazer o quê? O Rio Grande optou. Mas tem tempo
para mudar, daqui a pouquinho mais. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu quero, ocupando este tempo de Liderança da minha Bancada, a do
PPS, trazer dois temas que são muito caros à população. O primeiro é a
Educação. Eu tive a oportunidade de ler, nesse final de semana, uma importante
reportagem, feita pelo jornal Correio do Povo, que analisava as metas
apresentadas pela Secretária Marilu Medeiros, da SMED. Acho que foi
muito bem construído aquele trabalho da repórter, porque ela pôde propiciar uma
visão da concepção de gestão da SMED e da continuidade expressa nas ações
efetivas da SMED, o que demonstra a coerência entre a proposta política
apresentada no período anterior, o do processo de debate da campanha eleitoral,
e a implantação das primeiras medidas efetivadas pela SMED.
Eu queria destacar aqui algumas
delas, como, por exemplo, o desafio de fazer com que os debates teóricos e
acadêmicos de qualidade, evidentemente de muita qualidade teórica, que foram
desenvolvidos nesta Cidade, muitos desses debates inclusive promovidos
anteriormente pela própria Secretaria, saiam das páginas dos livros, dos
relatórios e se transformem em práticas efetivas e concretas no sentido da
ampliação da rede de atendimento existente, da ampliação do número de vagas,
mas também da qualidade da proposta pedagógica, da proposta de ensino, que tem
sempre que colocar como eixo de sua preocupação o aluno e o aprendizado. É uma
proposta pedagógica sintetizada numa frase que acho fundamental e que tantas
vezes foi apontada: colocar o objeto da escola em relação à criança no sentido
de fazer com que ela venha efetivamente a aprender.
Acho que essa reportagem mostrou
outra faceta do compromisso político extremamente relevante da SMED, no que se
refere à Educação Infantil. Isso é extremamente importante para Porto Alegre,
porque, infelizmente, hoje, em Porto Alegre, para cada dez crianças, sete não
têm acesso à Educação Infantil no nosso Município. Então, a priorização na
política educacional para as crianças de zero a seis anos se constitui um
elemento fundamental de resgate da cidadania desse pequeno cidadão
porto-alegrense com menos de seis anos de idade que nasceu nas áreas
periféricas, e os seus pais, portanto, não têm a possibilidade de colocá-lo na
rede privada de creches e berçários.
Considerando que se esgotou o meu
tempo, eu queria apenas fazer um registro da participação que fiz hoje, junto
com outros Vereadores, na assinatura de dois contratos, às 14h30min. Foi a
assinatura de dois contratos referentes ao Programa Entrada da Cidade. Acho que
é um dia extremamente importante, quando o Governo atual - dando continuidade a
um Programa já em andamento no Governo passado, dentro do nosso conceito de que
fica o que está bom -, continuou fazendo as negociações, inclusive no sentido
de garantir o funcionamento do Fonplata para o Projeto Entrada da Cidade, que é
um Projeto que envolve várias ações, mas, fundamentalmente, o programa
habitacional para mais de dez mil famílias que, enfim, terão acesso a moradias
dignas.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO:
Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores,
primeiro, eu quero dizer que estou aguardando ainda o Processo - capa a capa -,
contendo a solicitação, o procedimento e o despacho da Audiência, não o recebi
até agora. Ver. João Dib, vou entregar a V. Exª ainda agora de tarde uma
proposição para debater os atrasos dos precatórios do Governo do Estado aqui
nesta Casa. Mas eu quero que a Audiência seja comunicada a todos. Que convidem
o ex-Secretário do PT, o Sr. Arno Augustin, e o atual Secretário de Governo do
Estado, Sr. Paulo Michelucci, com o qual acabei de falar por telefone. Disse-me
o Secretário que não foi pago um precatório no Governo do Olívio Dutra. Nenhum
precatório! E nós vamos poder esclarecer, aqui, no contraditório. Esse debate,
desse jeito, não nos leva a lugar algum!
Essa crise estrutural do Rio Grande do Sul vem de
longe! Agora, os senhores governaram este Estado por quatro anos e deixaram
este Estado em ruína! Depois que os senhores governam, tem de fazer curso de
arqueologia! Tem de ficar vários meses fazendo curso! Deixaram a máquina
pública liquidada! Ou os senhores esquecem que anteciparam o ICMS do Governo
Rigotto? Ou os senhores esquecem que estadualizaram, a preço vil, dois mil
quilômetros de estradas para poder pagar o 13º salário? O Rio Grande não tem
condição de cuidar das suas estradas e ainda tem de cuidar de dois mil
quilômetros a mais, que os senhores entregaram para o Fernando Henrique? Ou os
senhores esquecem dos setecentos milhões de verbas não-empenhadas? Isto tem
nome: é calote! E os senhores têm a cara-de-pau de vir aqui dizer que o Governo
Rigotto não paga precatório! Não!
Ver. João Dib, vamos produzir esse debate! Mas não
vamos produzir esse debate no escurinho, não! Não vamos produzir esse debate
sem convocação, não! Vamos produzir esse debate, porque acho que a sociedade
tem de saber, sim!
Não adianta querer jogar para o
Governo Rigotto a responsabilidade que não é dele! A crise estrutural do Rio
Grande do Sul vem do início da década de 80, e todos aqui passaram pelos
Governos, todos têm as suas justificativas!
Os senhores deveriam usar todo o
tempo para fazer aquilo que o Governador dos senhores pregou na campanha! O Sr.
Tarso Genro usou os espaços mais privilegiados da imprensa rio-grandense para
dizer que, se Governador fosse, iria lutar pelo pacto federativo, renegociação
da dívida. Foram embora para Brasília e viraram as costas para o Rio Grande,
como o diabo para a cruz. Esses Ministros que estão aí pelo Rio Grande,
desculpem-me... Vejo, com todo o respeito, o Sr. Miguel Rosseto, o Sr. Olívio
Dutra usando os espaços de jornais para criticar, para entrar numa luta
política com o Governador Rigotto, eles deveriam ajudar o Estado do Rio Grande
do Sul, o que não fazem, Ver. Sebenelo! Está aí a seca! Foi a Erechim, gastou
com uma comitiva de 150 pessoas para dizer que dava solidariedade ao Rio
Grande. E o povo morrendo! E a seca, e nenhum centavo! A Lei Kandir está aí; o
Estado exporta, contribui com a balança de exportação, e o Governo da República
não repassa o que o Rio Grande tem de direito. E os senhores têm a cara-de-pau
de vir aqui dizer que o Governador Rigotto não paga! Isso não é sério! Olhem
para o espelho! A não ser que os senhores estejam com esquizofrenia! Deixaram
uma dívida aqui em Porto Alegre de 175 milhões a curto prazo!
Quero dizer, Ver. Haroldo de
Souza, que estou fazendo uma pesquisa na SPM, nem sequer os processos para a
liberação dos postos de gasolina eles numeraram, porque muitas páginas sumiram
nesse Governo. Isso é o “Governo da transparência!” Nem sequer numeração nas
páginas! Nunca vi isso! Nem na Idade Média, quando já numeravam as páginas!
Então, quero discutir esse
assunto, Ver. Dib. Quero fazer essa proposição para uma deliberação. Ver.
Professor Garcia, demais membros, quero convocar uma reunião com esse fito,
para que possamos discutir os atrasos dos precatórios do Governo do Estado
nesta Casa. Para que a gente possa produzir um debate maduro, sem ranço. Não
assumem a responsabilidade de quem governou este Estado e agora querem
transferir para os outros. Os senhores têm de parar com essa lógica! O Governo
dos senhores é um Governo que discursa para os pequenos e governa para os
grandes; os senhores estão de mãos dadas com a “banqueirada”, com o que há de
pior neste País, uma operação toma-lá-dá-cá vergonhosa! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srs. Vereadores do
Partido dos Trabalhadores, ontem, 1º de maio: “Salário mínimo sobe menos que
nos anos FHC”. Não somos nós que estamos dizendo, está escrito na Folha de São
Paulo de hoje.
É interessante que a Bancada do
Partido dos Trabalhadores tem, em cada um dos seus elementos, pessoas de raro
brilho. Eu gosto muito e faço questão de tecer os maiores elogios ao Ver.
Aldacir Oliboni, gosto dele como pessoa e como ator, mas ele “pisou na bola”
quando insistiu numa denúncia. E eu gostaria que ele usasse a tribuna e
mostrasse os papéis que eu passei para ele e para o Ver. Comassetto, que fez o
Requerimento pedindo provas, porque V. Exª achou que eu não estava bem da cabeça
quando respondi ao amigo em relação àquela denúncia dos ônibus da Empresa
Savar. Os ônibus estavam na Empresa Savar; quinze dias antes da denúncia do
Vereador, eles tinham saído de lá. Sabem quem assinou o convênio com a Empresa
Savar durante sete ou oito anos? O Partido dos Trabalhadores, há a assinatura
do Sr. Procurador, Dr. Rogério Favreto, a sua pessoa física, está assinado lá
inclusive com CPF, com tudo.
É muito interessante, Ver. Dr.
Goulart. Eu tenho certeza de que falo em seu nome também. Durante um ano, os
reparos e a manutenção das ambulâncias do SAMU custaram mais de quatrocentos
mil reais; está ali a cifra, está toda a relação das emissões de pagamento à
estrutura da Empresa Savar. Isso dá para comprar cinco ambulâncias, cinco
ambulâncias novas! Isso está escrito, gravado, autenticado, e foi emitida cópia
da contabilidade até 31 de dezembro.
Então, o Ver. Aldacir Oliboni,
apesar de seu brilho, “pisou na bola” nessa vez. Ele deu todos os elementos
para incriminar, inclusive, o seu próprio Partido, fazendo uma denúncia de um
acordo firmado com seu próprio Partido. Foram retirados da Empresa Savar,
porque descobrimos que a manutenção pode ser feita com um preço dez vezes mais
barato. Então o que está acontecendo, Vereador? Quem fez a denúncia foi o Ver.
Oliboni. Nós temos o encargo de responder a denúncia; foram feitos os
documentos, foram repassados, o Presidente da Casa os recebeu. E o que é pior,
Vereador: algumas notas fiscais têm cifras constrangedoras de mão-de-obra para
um conserto de seis ou sete mil reais de peças; há quase cinco mil e poucos
reais de mão-de-obra! Será que alguma coisa não está errada nisso? Será que o
custo de cinco ambulâncias novas, zero quilômetro, corresponde à manutenção das
outras ambulâncias? E isso, V. Exª, Ver. Todeschini, pode dispor dos documentos
entregues à Bancada do Partido dos Trabalhadores, porque me foi exigido. Vossa
Excelência vai para a tribuna e diz o que quer. Os documentos estão assinados;
o convênio com a Empresa Savar não foi deste Governo, foi do Governo passado,
por sete, oito anos com reajustes e com revalidações daquele documento.
E, Vereador, desejo da próxima
vez que V. Exª faça uma denúncia com pouco mais de consistência, de mais
solidez, que venha em nome e em benefício do bem-estar da população de Porto
Alegre e não como um desgaste imenso, para fazer um tipo de denúncia para
depois “o feitiço virar contra o feiticeiro”. Realmente, não foi feliz um dos
excelentes Vereadores que a Bancada do Partido dos Trabalhadores tem. Mas todos
santos têm seu dia de jabaquara.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, quero dizer que acompanhei muito de perto esse assunto dos
precatórios por ocasião do Governo Olívio Dutra. O pai da minha esposa
trabalhou durante muito anos no antigo DEPRC, Departamento Estadual de Portos,
Rios e Canais, que depois teve a mudança de nomenclatura para SPH, Sistema de
Portos e Hidrovias.
O que acontece é que grande parte
desses precatórios, primeiro, já tem a sua sentença final; a grande maioria é
de natureza alimentar, já tem a sua sentença. E um detalhe importante: só em
Porto Alegre há oito mil precatórios pendentes, e nós sabemos que a questão do
precatório tem toda uma questão, ou seja, o ente público reconhece a dívida,
mas, ao mesmo tempo, o pagamento dessa dívida não é de forma sumária, porque
sabemos da dificuldade que tem o gestor público. Agora, como essas questões são
de natureza alimentar, são valores relativamente pequenos - eu uso esse termo
porque não dá para dimensionar o que é pequeno para um e o que é grande para
outro. Como é de natureza alimentar, e 75 desses beneficiados já morreram, o
Governo tem de ter uma atenção especial.
Foi dito aqui, também, que o
Governo Olívio não pagou nenhum precatório. Ora, o Governo Olívio pagou alguns
precatórios, eu vou buscar esses dados e faço questão de trazê-los, porque acho
importante isso. Na Assembléia, está havendo agora, neste momento, uma
Audiência Pública coordenada pelo Deputado Estadual Jair Soares. A Ver. Neuza
Canabarro me confirma que o Deputado Federal Alceu Collares também está na
Assembléia; a AJURIS também está fazendo parte. É uma Audiência sobre duas
ações que estão sendo vistas: uma do reconhecimento do Poder Público à
precatória, e a outra é sobre a emergência de cada uma dessas pessoas, por ser
de natureza alimentar e por grande parte dessas pessoas já ter uma idade
avançada. Como já ocorreram inúmeros óbitos, estamos procurando ver a
sensibilidade do Governo Estadual para esses pagamentos. Mas eu volto a dizer:
esses pagamentos não são imediatos, porque o Poder Público tem as suas
dificuldades.
O Ver. Sebastião Melo propôs que
talvez a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento pudesse discutir. Até eu
gostaria, Ver. Sebastião Melo, que V. Exª encaminhasse por escrito ao nosso
Presidente da Comissão, ao Ver. João Antonio Dib, este Vereador é
Vice-Presidente, terei o maior interesse em acolher a sua idéia. Acho que o
Ver. Dib também, para fazer esse estudo, embora seja de natureza estadual, mas,
como há oito mil precatórios no Município de Porto Alegre, nós haveremos de ter
um olhar diferenciado.
Eu queria, mais uma vez, ressaltar
que tive oportunidade de cuidar de perto, de participar ativamente; por de
laços familiares e acompanhamentos, tenho uma longa relação com inúmeras dessas
pessoas, mas só gostaria de enfatizar duas versões. Primeiro: foi paga uma
parte dos precatórios, mas quero ressaltar que o precatório é o reconhecimento
público do Governo do Estado ou daquele ente do precatório específico, não
existe o comprometimento de pagamento imediato; vai sempre depender da
disponibilidade de recursos. Então, queríamos fazer essa ressalva porque
entendemos que isso ajuda no debate, porque, senão, vai ficar muito
disse-alguma-coisa, disse-alguma-outra-coisa, e, na realidade, a intenção desta
Casa é facilitar, entender o processo e ajudar essas pessoas, pois, já que a
natureza dessas precatórias é alimentar, o Governo poderá, mesmo dentro das
suas precariedades, entender a necessidade dessas pessoas. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Meu nobre Presidente, recentemente na tribuna, o
Ver. Sebenelo disse que eu fiz uma acusação injusta ou improcedente. Na semana
passada, o Ver. Comassetto solicitou, por Requerimento, que o Ver. Sebenelo
encaminhasse à Mesa a denúncia que ele fez do percentual gasto para conserto
das ambulâncias; ele fez a denúncia de que o valor era mensal. Segundo
informações do Ver. Comassetto, há pouco, a despesa é anual. Portanto, a
informação não é o Vereador que deve dar; o Requerimento solicita que
Secretaria da Saúde dê as informações, inclusive com as placas das ambulâncias,
que, até então, continuam paradas, e são em número de dez.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O seu Requerimento foi verbal; não foi entregue à
Mesa, não é?
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Só estou reclamando, nobre Vereador, porque a
resposta do Ver. Sebenelo, com toda a propriedade, não foi de acordo com o
Requerimento solicitado à Mesa. Esse Requerimento vai para a Secretaria da
Saúde, e ela nos dará o retorno. Evidentemente, depois do retorno, o Ver.
Sebenelo pode fazer a defesa da resposta do Requerimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, o que o Ver. Sebenelo fez, acredito, foi em defesa da
honra do Serviço Público, porque, afinal de contas, o que o Ver. Sebenelo disse
é que o Município foi roubado, de forma vergonhosa, por parte de uma administração
que contratava serviços dez vezes mais caros. E, a partir da renovação desse
contrato, pôde-se, então, fazer consertos, em ambulâncias que custavam
antigamente cerca de novecentos reais, por cem reais. Coisas assim, como, por
exemplo, um freio ou embreagem. Então, o Ver. Sebenelo fez algo altamente
louvável em defesa da honra do Serviço Público.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, exatamente, o valor é de 402 mil
reais durante um ano. Isso é o que foi dito da tribuna. E esse valor dá para comprar
de quatro a cinco ambulâncias novas. Essa é a questão que foi colocada. Nada
mais do que isso. Agora, as pessoas que tirem as conclusões que quiserem. Cada
um é livre no pensar. É só pensar.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Vossa Excelência não está conforme com as
informações?
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Então solicito que V. Exª faça um Pedido de
Informações oficial pelos canais competentes desta Casa.
Vamos encerrar a polêmica, porque
esta Casa tem recursos administrativos adequados.
Solicito a abertura do painel para verificarmos o
quórum a fim de entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) Havendo quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 1310/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 059/05, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que denomina Rua Germano Arduino Toniolo um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Camaquã.
Parecer:
- da CCJ.
Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em
02-05-05.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Em discussão o PLL nº 059/05. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 1347/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 062/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que concede o título honorífico de
Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Humberto César Busnello.
Parecer:
- da CCJ.
Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica ao Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos
membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da
LOM, em 02-05-05.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Em discussão o PLL nº 062/05. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação nomainal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 33 votos SIM.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 1447/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 069/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que denomina Rua Leocadio de Almeida
Antunes um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema
Green.
Parecer:
- da CCJ.
Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em
02-05-05.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Em discussão o PLL nº 069/05. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 0173/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º
051/05, de autoria dos Vereadores Dr. Goulart e Elias
Vidal, que concede o Prêmio Mário Rigatto ao Dr. Elias Morsch.
Pareceres:
- da CCJ.
Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica ao Projeto;
- da CECE.
Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 25-04-05,
- adiada a discussão por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Em discussão o PR nº 051/05. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h.)
* * * * *